Vale quer ampliar presença na América do Sul
28/03/07
Empresa aposta em projetos na Argentina e no Peru e pretende entrar na Venezuela
MÔNICA CIARELLI e REUTERS, RIO
Cada vez mais diversificada geograficamente, a Companhia Vale do Rio Doce aposta na América do Sul e espera bons resultados nos estudos que estão sendo desenvolvidos em quase todos os países da região, segundo o diretor-financeiro da mineradora, Fábio Barbosa.À véspera de mais uma possível aquisição internacional longe do Brasil, desta vez na Índia, sobre a qual o executivo não comentou, Barbosa disse que dois projetos latino-americanos têm grande potencial: a exploração de potássio em Neuquém, na Argentina, e o de fosfato em Bayóvar, no Peru.?Estamos com projetos em desenvolvimento e podemos ter boas notícias por lá?, afirmou Barbosa em conferência para executivos de finanças, referindo-se aos dois projetos.Além desses, Barbosa destacou as possibilidades relacionadas ao carvão na Colômbia, onde a Vale já atua, e perspectivas para a Venezuela, onde a companhia possui apenas um escritório prospectando oportunidades, segundo o diretor. ?Os dois países são muito ricos em carvão e nos interessam?, disse.O carvão ganha cada vez mais espaço nos planos da Vale, que comprou recentemente uma mina na Austrália, a AMCI Holdings, por 662 milhões de dólares, e desenvolve naquele país o projeto Belvedere, com produção estimada em 8 milhões de toneladas a partir de 2010.A Vale é uma das finalistas, segundo a mídia indiana, para a compra da participação de 51% da japonesa Mitsui na produtora de minério de ferro da Índia Sesa Goa, avaliada em quase US$ 2 bilhões. O resultado deve ser divulgado amanhã, e estão também na disputa a Arcelor Mittal, a britânica Vedanta Resources, e o grupo indiano Aditya Birla.RECURSOBarbosa informou que a Vale vai recorrer da decisão do Tribunal Regional Federal (TRF) de Brasília que derrubou um mandado de segurança impetrado pela empresa contra uma decisão do Cade. O Cade havia obrigado a empresa a escolher entre a Ferteco ou o direito de preferência que possui na compra de minério excedente produzido pela Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) na mina Casa de Pedra.?Na nossa visão entendemos que cabe um recurso e nós vamos, evidentemente, utilizar todos os instrumentos jurídicos para assegurar esse direito?, disse. Segundo ele, o direito de preferência sobre o minério excedente de Casa de Pedra foi alvo de negociação durante o processo de descruzamento das participações acionárias entre Vale e CSN. O executivo também informou que vai levar ao conselho de administração a proposta de ampliação da produção de Carajás dos atuais 100 milhões para 130 milhões de toneladas – como estava previsto no plano de investimentos divulgado no início do ano. ?Esse é um projeto vital para nós e creio que rapidamente teremos essa aprovação?, afirmou. Segundo ele, a companhia precisa expandir suas atividades para atender a forte demanda por minério de ferro dos clientes. Sem falar em cifras para o projeto, Barbosa explica que será necessário a construção de uma nova usina de processamento de minério.
O Estado de São Paulo