Segurança ambiental opera a plena carga
27/03/07
Ana Paula Camargo
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Os fabricantes brasileiros de equipamentos para segurança ambiental estão trabalhando a plena capacidade e prevêem aumento da produtividade e do faturamento em 2007, impulsionados pela indicação de um cenário positivo no início do ano. O setor movimenta anualmente US$ 150 milhões no Brasil e aposta em crescimento de até 50% nos próximos anos graças aos novos aportes da indústria, principalmente das áreas petrolífera, energética e mineradora, e pela adequação das empresas às leis ambientais.
A Ecosorb, fabricante de barreiras de contenção, dispersantes, tanques e recolhedores de óleo, está otimista com o mercado interno. A empresa prevê aumento de 50% no faturamento e na produção, crescimento alavancado por investimentos já anunciados nos segmentos de petróleo, mineração e energia. Entre os principais clientes da companhia estão Associação Brasileira de Terminais Líquidos, Petrobras, Unipar e Grupo Ultra. Além disso, a ênfase na área de infra-estrutura prevista no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) também deve contribuir para a aceleração da produção.
;Para atender com eficiência à elevação dos pedidos em carteira, a empresa vai investir R$ 3 milhões na ampliação da fábrica de Itatiba (São Paulo) e no desenvolvimento de novos produtos. A Ecosorb também vai buscar parcerias no exterior para adquirir conhecimento de tecnologia avançada e soluções integradas.
Segundo Eugenio Singer, membro do Conselho de Administração da Ecosorb, o ano já começou aquecido, com a consolidação de novos projetos. A fábrica está trabalhando com quase 100% de sua capacidade instalada. A companhia possui bases especiais em Santos (SP), Paranaguá (PR) e Itajaí (SC), que estão preparadas para atender a situações de emergência, como derramamento de petróleo e acidentes com cargas perigosas em ferrovias e rodovias.
A companhia, que começou a exportar recentemente, vai ampliar as vendas para o mercado internacional em 2007. A primeira parceria firmada foi com uma empresa de logística que atua no segmento de infra-estrutura e petróleo na Venezuela. Com o objetivo de pulverizar clientes, a Ecosorb venderá equipamentos para o Caribe e a Noruega. ?Até o final do ano, a tendência é de que as exportações cheguem a 10% da receita bruta da empresa?, afirma Singer.
A Alpina Ambiental, braço da Alpina Briggs que fabrica equipamentos para segurança ambiental, prevê crescimento de dois dígitos no faturamento e no volume de produção em 2007.
A empresa aposta no lançamento de uma linha completa de bombas especializadas no recolhimento de vazamento de óleo, que permite o rápido combate ao incêndio, o envase e transporte do produto derramado com segurança.
?É um equipamento mais caro, mas promete ter sucesso?, afirma Fernando César Domingues, assessor técnico e comercial da companhia.
A empresa possui uma linha extensa de produtos oferecidos para diversos tipos de indústria e atua com ociosidade da capacidade de produção próxima de zero. Hoje, os principais clientes são companhias do setor petrolífero, metalúrgico, siderúrgico, portos e terminais, destacando-se as parcerias com a Petrobras e a Vale do Rio Doce. A Alpina busca adaptar-se à necessidade de cada setor para conseguir atingir um ideal de produção, trabalhando com a fabricação de equipamentos específicos para cada segmento.
Domingues ressalta o aumento da procura das empresas por equipamentos que as distanciem de problemas ambientais. Leis governamentais, como a de Crimes Ambientais e do Meio Ambiente, são medidas severas contra a poluição produzida pela indústria. ?Cada vez mais as empresas buscam se adequar às leis ambientais para não serem taxadas de criminosas?, diz.
;Para 2007, o objetivo da Alpina é buscar parcerias com outras parcelas da indústria, que possuam problemas com o manejo de óleo dentro da água, como as fábricas de metalurgia e de transformação. Além disso, a empresa está investindo em um novo equipamento, o banheiro ecológico, que filtra a água poluída, transformando-a em limpa para poder ser reutilizada em processo da indústria.
?O principal mote da Alpina é a inovação. Quem não inova no processo e no produto acaba ficando para trás, pois não consegue suprir as necessidades do mercado?, completa Domingues.
DCI