Vale: `A Índia está no nosso radar`
16/03/07
Diretor da Vale diz que país será a nova China
Mônica Ciarelli e Reuters, Rio
A Companhia Vale do Rio Doce aposta na Índia como uma nova China para o mercado de minério de ferro. O diretor financeiro da empresa, Fábio Barbosa, evitou comentar sobre o interesse na licitação da participação de 51% da japonesa Mitsui na mina de minério de ferro indiana de Sesa Goa, disputada por outras gigantes do setor, como a Arcelor Mittal. Ele afirmou, porém, que os preços dos ativos naquele país ainda não refletem o potencial enxergado pela Vale.?Há um grande potencial de crescimento na demanda de metais. (A Índia) é um país que está no nosso radar de futuro e de presente, porque nós estamos vendo o que está acontecendo?, disse Barbosa, em reunião com analistas de mercado, lembrando que a percepção de hoje da Vale é similar à que a empresa teve em 2002 com a China.A Vale é a maior fornecedora de minério para a China. Em 2001, as vendas para o país significavam 16% da receita da Vale, e essa participação chegou a 23,2% em 2006. O volume de vendas pulou de 15,8 milhões para 75,7 milhões de toneladas no período. Este ano, a expectativa é exportar 100 milhões de toneladas para o mercado chinês.O executivo disse que a Índia será importante para a Vale também por causa das medidas adotadas pelo governo indiano na semana passada, favorecendo a competitividade do produto brasileiro. Para reduzir as exportações e suprir o mercado interno, a Índia decidiu elevar o imposto de exportação de minério no país.NAVIOSA Vale estuda incentivar a construção de navios de longo curso, que façam o transporte dos produtos, especialmente para a Ásia. A idéia é uma estratégia para driblar a disparada nos preços dos fretes, que vem diminuindo a competitividade dos produtos negociados pela empresa no exterior. Atualmente, a cotação do minério de ferro gira em torno de US$ 80 por tonelada, e o frete representa metade desse valor.
O Estado de São Paulo