Mhag continua sem exportar
08/03/07
NATAL, 8 de março de 2007 – A mineradora Mhag, instalada em Jucurutu, terá que esperar mais um mês para poder voltar a exportar, pois as obras da ponte sobre o Rio Piranhas, único acesso para o porto de Suape (Pernambuco), serão concluídas apenas no dia 30 de abril, e não agora em março, como o governo estadual havia prometido. Faz um ano que a empresa não exporta minério de ferro extraído do solo potiguar devido a esta pendência. Uma paralisação que já causou demissão de 100 pessoas e perdas de cerca de US$ 30 milhões em vendas que deixaram de ser feitas.
De acordo com o diretor da Mhag, Pio Sacchi, a ponte sobre o Rio Piranhas é indispensável para a exportação do minério explorado no Rio Grande do Norte, um dos cinco estados nordestinos onde a empresa atua. Ele afirma que o governo estadual garantiu à mineradora entregar a ponte agora em março. No entanto, mesmo a passagem molhada que servia de caminho para Pernambuco, onde está o porto, está interrompida.
A diretoria do Departamento de Estradas e Rodagens (DER RN) informou que a obra, iniciada em dezembro de 2005, será concluída no dia 30 de abril. Foram investidos R$ 10,5 milhões nos serviços da ponte, que tem 352 metros de comprimento. Desta forma, as 65 mil toneladas de minério de ferro que a Mhag esperava enviar este mês para Suape terão que esperar até o fim de abril.
Sacchi conta que a Mhag não transporta o minério desde março do ano passado. Ele não fala em valores, mas estima que entre 300 mil e 400 mil toneladas de minério deixaram de ser explorados neste ano em que as exportações foram paralisadas devido às falhas de infra-estrutura aos problemas com a ponte. Considerando que o minério de ferro brasileiro chega a China por cerca de US$ 90 a tonelada, a empresa deixou de vender entre US$ 27 milhões (R$ 57 milhões) e US$ 36 milhões (R$ 76 milhões). Além disso, Sacchi diz que foram demitidas cerca de 100 pessoas, cortando o quadro de pessoal pela metade. `Quando voltarmos a exportar, vamos voltar à quantidade anterior de pessoal gradualmente`, declarou o diretor.
A Mhag começou a trabalhar no RN em 2005 e, até março de 2006, depois de fazer estradas e acessos para a mina, realizou apenas uma exportação de 75 mil toneladas. Devido às limitações do Porto de Natal, a mercadoria tem que seguir para Suape, cuja distância da mina é quase o dobro do que se o minério viesse para a capital potiguar. (Tribuna do Norte)
Tribuna do Norte