Presidente da Vale do Rio Doce defende o projeto na Nova Caledônia
02/03/07
NUMEA, França, 2 mar (AFP) – O presidente da Companhia Vale do Rio Doce (CVRD), Roger Agnelli, declarou nesta sexta-feira, em Nova Caledônia, que a produção da mina de Goro Nickel dará prioridade ao meio ambiente e às populações locais, em resposta às mobilizações contra seu funcionamento.”É preciso tomar todas as precauções em nível de relação comunitária e de meio ambiente”, afirmou Agnelli sobre o projeto em andamento, durante uma visita de 36 horas a esse território francês na Oceania. “Queremos fazer um projeto ambiental, social e economicamente duradouro”, acrescentou o presidente da maior mineradora de ferro do mundo.A CVRD, à frente do projeto Goro Nickel desde outubro passado depois de absorver o grupo canadense Inco, enfrenta a hostilidade das organizações ecológicas e indígenas, que denunciam a contaminação que será causada pela produção de 60.000 toneladas de níquel e 5.000 toneladas de cobalto por essa mina no sul do arquipélago.Desde que começaram as obras, onde trabalham mais de 3.000 pessoas, o lugar é alvo regular de protestos.Sem querer entrar em detalhes, Agnelli anunciou que suas equipes “desenvolverão mecanismos de diálogo para responder às preocupações”.Sobre o índice de magnésio que será jogado no lago vizinho, o presidente da empresa assegurou que logo será encontrada uma solução específica. A princípio foi previsto um índice de magnésio cinco vezes superior à norma admitida.Por outra parte, Agnelli considerou que o custo do projeto é o único ponto negativo, mas espera que os preços do níquel continuem subindo durante dois anos para compensar o investimento.Atualmente a CVRD procede uma revisão do orçamento inicial da Goro Nickel, que em dezembro foi calculado em mais de três bilhões de dólares.Agnelli considerou otimista a data de setembro de 2008 citada pelas equipes locais para que a produção tenha início.Duas delegações de representantes kanakos, a população indígena da ilha, visitaram recentemente as instalações centrais da Vale do Rio Doce no Brasil. O presidente do Senado autônomo, Jean Guy M`Boueri, classificou de “exemplar o sistema da CVRD no Brasil” e se disse “vigilante sobre sua aplicação na Nova Caledônia”. O comitê Rheebu Nuu, que lidera a oposição ao projeto, recordou, por sua vez, que as populações locais se mantêm contrárias aos despejos de detritos no mar e estão construindo obstáculos para a tubulação.A mina de Goro Niquel é o mais importante projeto metalúrgico de níquel no mundo. A sociedade constituída para a ocasião é propriedade em 69% da CVRD, 21% dos japoneses Mitsui e Sumitomo, enquanto que os 10% restantes são propriedade das províncias caledônias.
Agência AFP