Vale dá início a projeto de níquel no Pará
18/01/07
Vera Saavedra Durão18/01/2007
A Vale do Rio Doce deu a partida para tocar seus projetos de produção de níquel no Brasil ao assinar contratos de fornecimento de serviços de infra-estrutura para a obra da mina de Onça Puma. A jazida deverá produzir 55 mil toneladas de níquel ao ano quando estiver em plena operação, em 2009. Após a compra da Inco e do projeto Onça Puma, a Vale poderá se tornar a maior produtora de níquel do mundo, alcançando 300 mil toneladas por ano, ultrapassando a russa Norilsk, como prevê José Lancaster, diretor executivo de não-ferrosos da mineradora.
Ontem, em comunicado, a Vale informou que já começou a contratar empresas nacionais, como a Construtora Norberto Odebrecht (CNO), a Semenge, a Usimec e a Alusa, para dar início às obras de terraplanagem e civis, como estradas, além de estruturas metálicas e linhas de transmissão a serem instaladas na região de Onça Puma, cujos depósitos de níquel se estendem pelos municípios de Ourilândia do Norte, São Félix do Xingu e Parauapebas (PA).
O investimento da mineradora em Onça Puma é de US$ 1,43 bilhão. “É um projeto muito grande no Brasil, que tínhamos todas as condições para dar a partida, inclusive obtendo a licença ambiental para sua construção”, disse Lancaster. Ele adiantou que o projeto de níquel do Vermelho, também no Pará, com investimento previsto de US$ 1,2 bilhão e produção de 40 mil toneladas de níquel, ainda não tem licença ambiental para começar a ser tocado, o que poderá atrasar seu cronograma. A Vale trabalha para obter esta licença. Em princípio, a data de início de operação da mina de Vermelho estava prevista para 2010.
O executivo disse que os dois projetos, por terem localização aproximada, terão grandes sinergias entre eles, a qualquer tempo de implantação de um e outro. “Eles vão ter mão-de-obra similares, estradas e insumos em comum. Esta sinergia sempre existirá nestes projetos no Brasil, mesmo que eles estejam sob a administração da CVRD Inco”.
Outro projeto de níquel no Brasil, que está também sendo desenvolvido pela Vale, é o de São João do Piauí, que, segundo Lancaster, ainda está em fase de pesquisa , devendo este ano passar por fase de testes. “A rota do projeto do Piauí está em estágio tecnológico”.
Os projetos de níquel no Brasil e os da Inco estão em fase final de integração dentro da CVRD Inco, subsidiária integral da Vale no Canadá. Por enquanto, não há cronograma único para todas as operações. O processo de integração dos projetos deve acontecer até o fim do mês. Pela antiga Inco estão em produção as minas de Sudburry , Voisey`s Bay e Thompson, no Canadá, e as minas de Soroako, na Indonésia. As minas de Goro e de Nova Caledônia, se encontram em fase de desenvolvimento. Estas minas, mais as do Brasil, correspondem ao maior investimento de níquel do planeta, segundo Lancaster.
Valor Econômico