Consumo de alumínio sobe 6%, mas ainda é baixo
17/01/07
De São Paulo17/01/2007
O consumo mundial de alumínio cresceu em média 5% nos últimos três anos, puxado em grande parte pela China. No ano passado, a previsão era atingir 33 milhões de toneladas. Não há um cenário de oferta e demanda desequilibrado, como em outros metais de base. “Há um equilíbrio de capacidade, com fornos que podem ser religados, fornos novos e aqueles que vêm sendo desligados”, afirma Luis Carlos Loureiro Filho, presidente da Abal.
No Brasil, o consumo de 2006 subiu em torno de 6%, para 848 mil toneladas. “Está atrelado ao desempenho do PIB do país, com elasticidade de duas vezes”. O aumento da demanda teve o impulso de alguns setores, como o automotivo, que demandou mais componentes (produtos fundidos).
Os extrudados (perfis) estão atrelados ao desempenho da construção civil – aumento de 8%. A expectativa é de que suba mais em 2007 com o boom de lançamentos de imóveis. “A indústria atende desde itens simples aos mais sofisticados num imóvel”, informa.
Neste ano, a expectativa é de repetir o crescimento da demanda. Com isso, o país bateria novo recorde, com 900 mil toneladas. Mas sem motivo para muita comemoração. “Ainda é um volume inferior a meta de 1 milhão de toneladas traçada pelo setor nos anos 80 para o início dos anos 90”, explica.
O consumo per capta no país é de quatro quilos, bem abaixo ao de países desenvolvidos. Poderia ser o dobro, comenta Loureiro, engenheiro mecânico e administrador de empresas que está na CBA desde 1970. Assumiu a presidência da Abal, por dois anos, em outubro de 2005 e uma de suas missões é estimular o consumo do metal no país. Ele menciona novas aplicações, como a indústria de móveis, e o desafio de ampliar o uso em automóveis.
Um dos canais usados pela Abal é a universidade, com estímulo à criação de cursos nas áreas de engenharia e arquitetura. Na construção civil, o alumínio já integra boa parte da cesta de itens usados em edifícios e residências. Especialistas têm vindo ao Brasil, em congressos internacionais, para falar sobre novas tendências de uso.
A questão da carga de impostos, na casa de 40%, aponta Loureiro, é um dos pontos a ser atacado pelo governo no novo mandato. “A reforma tributária é fundamental para manter as empresas do setor competitivas.” Segundo Loureiro, quanto mais se demora a fazê-la, mais ganha espaço a atividade informal, já verificada em alguns elos da cadeia produtiva na área de transformação. (IR)
Valor Econômico