"Crise acelera adoção do novo índice"
11/12/08
A drástica queda de preços das commodities está atraindo a atenção para o novo modelo de preço defendido pela mineradora BHP Billiton no minério de ferro. “Quando se falava que o mercado à vista estava acima do referencial, ninguém queria saber do Index. Agora, com o mercado à vista abaixo do referencial, há muito interesse”, disse o diretor financeiro da BHP, Alex Vanselow.
No caso do Index, os contratos de fornecimento das mineradoras para as siderúrgicas são indexados ao valor do minério de ferro no mercado à vista. Tal sistema difere do modelo referencial, também conhecido como benchmark, praticado pela maioria das mineradoras em que o primeiro contrato se torna padrão aos demais, reajustados uma vez ao ano. A Vale do Rio Doce se opõe à adoção do Index, avaliando que o padrão atual reduz o cenário de volatilidade.
Segundo Vanselow, a vantagem do Index é possibilitar tanto ao produtor de minério como ao consumidor ter uma visão mais transparente das forças de mercado. “As siderúrgicas que compram a preço referenciado vão ter esse preço até o próximo reajuste. Elas serão menos competitivas do que as que compraram ou estão comprando no Index”, disse. “Essa posição não era tão óbvia antes [da crise].”
A BHP disse que alguns clientes passaram a migrar para o novo modelo diante da situação de crise. “Vamos ver mais empresas passando quantidade e volumes do referenciado para o Index. Isso não acontece da noite para o dia. No mercado de carvão térmico, isso levou três anos. Hoje, temos um mercado bem líquido”, disse o executivo. (AV)
Valor Econômico