Educação com foco em sustentabilidade
30/10/08
O professor da USP, Paulo Rogério Miranda Correia, ministrou nesta quarta-feira (29/10) pela manhã a palestra Desafio da educação para a sustentabilidade, dentro da sessão técnico-científica intitulada Ensino e Educação em Geociências, inserida na programação do 44º Congresso Brasileiro de Geologia-O Planeta Terra em Nossas Mãos. Promovido pela Sociedade Brasileira de Geologia-Núcleo PR, o encontro será realizado até 31/10 (sexta-feira), no Estação Embratel Convention Center, em Curitiba-PR.Correia iniciou sua fala explicando que a educação com foco em sustentabilidade implica em aspectos sociais, econômicos, ambientais e éticos, levando à combinação de vários aportes disciplinares. Segundo ele, é preciso essa complexidade para dar uma resposta satisfatória do ponto de vista educacional, ou seja, uma visão holística e interdisciplinar do tema. “É muito difícil falar para crianças e jovens se não conseguirmos fazer com que elas pensem o presente e o futuro, bem como o deslocamento entre local e global. Acredito que esse seja o desafio principal quando se trabalha com um público de pouca idade”, explicou Correia, que cita também a necessidade de vencer as fronteiras disciplinares do currículo e promover mudanças de atitude no sujeito para não propalar um discurso vazio.A educação ambiental difere da educação com foco em sustentabilidade, uma vez que essa última possui um caráter mais amplo, que exige a promoção de mudanças atitudinais. O professor da USP acredita que o ensino de ciências esteja passando por uma crise de falta de sentido, daí a urgência de pensar a ciência inserida num contexto de sociedade pós-industrial. “Muitas pessoas hoje em dia não entendem o papel da ciência na grade curricular, pois ela aborda temas muito distantes do seu cotidiano. Por isso entendo que é preciso trabalhar com um contexto significativo, a partir de recortes da realidade”, disse.Para ele, é visível a interferência dos indivíduos no desenvolvimento científico, como, por exemplo, no caso das pesquisas envolvendo células-tronco. “Se a sociedade interfere e regula a ciência, temos que formar cidadãos capazes de decodificar dados e pesquisas para poder opinar e decidir”. De acordo com Correia, isso só será possível a partir de diálogos disciplinares e de uma reorganização curricular (onde a geologia e a biologia assumem um papel de destaque por proporcionarem um acesso à realidade), que trará como resposta a alfabetização científica, ou seja, a capacidade de usar o conhecimento nesta área para avaliar e compreender problemas e posteriormente ajudar na sua solução. Aplicar essa proposta em sala de aula demandará uma compreensão do processo de ensino e pensar em metodologias ativas de aprendizagem, com etapas significativas (uma contraposição à aprendizagem mecânica), colaborativas (que permitenegociação de significados entre alunos e professor) e de interação, visando à construção do conhecimento.Correia definiu a sala de aula do período pós-industrial como uma estrutura semelhante a de uma orquestra, com maestro representado pelo professor, os músicos pelos alunos e a sinfonia acontecendo a partir do trabalho de todos, de forma colaborativa e interativa. “A educação comfoco em sustentabilidade é uma nova demanda da sociedade, que exige repensar o curso de ciências, superar desafios metodológicos e curriculares e ultrapassar a mera transmissão de conhecimento”, finalizou.Informações para a imprensa e contatos para entrevistas: (41) 9228-9577 -Assessoria de Imprensa do 44º Congresso Brasileiro de Geologia:www.44cbg.com.brServiço – 44º Congresso Brasileiro de GeologiaDe 26 a 31/10 – Estação Embratel Convention Center – Av. 7 de Setembro,2775 (Curitiba/PR)(11) 3871-3626 / (41) 3351-6908 / www.44cbg.com.brImprensa – Básica Assessoria de Imprensa: Jornalista Daniela Licht – MTB3791/15/15v(41) 3019-9092 / (41) 9228-9577 / daniela@basicacomunicacoes.com.br