Calcário atrairá novas cimenteiras
20/10/08
Santa Quitéria. Além do fosfato e do urânio, a Mina de Itataia também é rica em calcário. Segundo o DNPM, existem 90 milhões de toneladas já avaliadas do produto, mas se espera que exista ainda bem mais que isso. E esta riqueza já começa a despertar o interesse de empresários. Há cerca de um mês, representantes da Santa Maria Mineradora já foram ao local ver as ocorrências e estudá-las.Para explorar o calcário da área, a empresa interessada precisa realizar um contrato com a INB. Segundo o assessor da Presidência do órgão, Luiz Filipe, várias empresas procuraram a INB para ter mais informações sobre as reservas, mas não ainda de forma intensa. ´Se já tivesse uma infra-estrutura mais adequada, teria avançado mais. Mas isso virá a reboque com a exploração do fosfato e do urânio. Ter uma instalação industrial em um local facilita a vinda de outras´.Segundo o orientador da equipe de Fiscalização do DNPM, Fernando Roberto, as reservas poderão atrair empresas cimenteiras à região. ´Para produzir uma tonelada de cimento, é preciso 1,2 toneladas de calcário, e mais areia, mais gipsita, entre outros. E as empresas precisam de muito calcário, já que estão ampliando a cimenteira de Barbalha, implantando a de Pecém, e construindo mais duas´, informa. ´Esta reserva de Itataia já dá para se explorar por 50 anos, podendo até ser um período menor, dependendo dos planos de produção da empresa´.O Ceará possui três cimenteiras, duas da Votorantim e uma da Nassau. Esse mercado vai se diversificar com a chegada da Santana Textiles e da Ivens Dias Branco nesse ramo, que construirão, em um investimento de R$ 250 milhões cada, unidades em Jaguaruana e Quixeré, respectivamente. Os municípios se encontram na Chapada do Apodi, área rica em calcário. As unidades estão em fase de elaboração dos projetos, e ainda não têm data definida para começarem as atividades. Uma indústria deste tipo demora cerca de três a quatro anos para se instalar.Também em Jaguaruana, a Santana irá inaugurar, ainda este ano, a Okyta Mineração Ltda., que produzirá carbonato natural desagregado micronizado, obtido de cretáceo. Procurada pela reportagem, a empresa preferiu não divulgar informações sobre ambos os empreendimentos. (SS)
Diário do Nordeste