V Congresso Brasileiro de Mina a Céu Aberto, Mina Subterrânea e Workshop Barragens de Rejeito superam expectativas
24/09/08
Durante três dias, o setor mineral discutirá os desafios e o futuro da atividade, no V Congresso Brasileiro de Mina a Céu Aberto, V Congresso Brasileiro de Mina Subterrânea e Workshop Barragens de Rejeito, em Belo Horizonte (MG) ? uma realização do IBRAM em parceria com o Departamento de Engenharia de Minas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). O evento – que começou nesta terça-feira (23/09) – encerra os trabalhos no dia 25. Mais de 550 pessoas estão participando das apresentações e trabalhos técnicos.
No discurso de abertura do Presidente do IBRAM, Paulo Camillo Vargas Penna, o dirigente salientou que o setor mineral, de forma crescente, continua contribuindo na formação do Produto Interno Bruto e para o superávit da balança comercial do Brasil. ?A mineração tem papel importantíssimo também na criação de empregos diretos e indiretos, ao longo de toda a cadeia produtiva?, afirmou.
Segundo Paulo Camillo, a quarta edição do evento ? que agora recebe também o Workshop Barragens de Rejeito ? nunca esteve tão adequado e propício para se fazer comparações com os temas discutidos, em 2006, no IV Congresso.
?Um primeiro aspecto a ser considerado é o de que, globalmente, a indústria da mineração está atravessando, quase ilesa, a retração de crédito ou crise de liquidez gerada pela chamada ?crise do subprime?. Aliás, as conseqüências mais graves, vivenciadas nos últimos dias nos mercados financeiros mundiais, deverão ser muito atenuadas ou contidas?, disse Paulo Camillo.De acordo com o Diretor de Assuntos Minerários do IBRAM, Marcelo Ribeiro Tunes, deve-se reconhecer que, em termos de preços, para algumas ?commodities?, tais como chumbo, níquel, urânio e zinco, após os grandes picos de 2006/2007, houve acomodações em valores menores, superiores, aos praticados quando do início do atual ?boom mineral?. Para outros, segundo ele, em especial o alumínio, o cobre e o ferro, as respectivas curvas de crescimento mantiveram-se ascendentes e sem perspectivas de quedas bruscas.
A Indústria Mineral no Brasil
Sob o tema ?A Indústria Mineral: o presente e perspectivas para o futuro?, o Secretário de Geologia, Mineração e Transformação Mineral do Ministério de Minas e Energia (MME), Cláudio Scliar, fez análise sobre alguns pontos e desafios do setor. Segundo ele, 60% do território brasileiro é formado por rochas ácidas e é, por isso, que o País precisa tanto de fertilizantes. ?Precisamos muito de potássio e fosfato?, revela.
Scliar fez uma breve exposição também sobre os acidentes dos trabalhos em vários segmentos. E, constatou-se, que infelizmente, a mineração apresenta o maior nível de risco para a segurança e saúde do trabalhador (3 em uma escala de 1 a 3) é campeã em mortes e acidentes no trabalho. Mas, segundo dados do Anuário Estatístico da Previdência Social de 2005, os números negativos vêm diminuindo: em 1998, foram registradas 56 mortes, e em, 2000, esse registro caiu para 29.
Por um outro lado, a mineração apresenta resultados muito positivos e de peso na estrutura do setor: as pequenas e as médias empresas representam quase 73% do número de empresas de mineração ativas no País. E é grande empregadora de mão-de-obra. As pequenas são responsáveis por cerca de 25% do total de empregos formais na atividade mineral. Se forem considerados os empregos oriundos da informalidade, este número pode atingir 40%.
?Não dá para pensar em inovação sem pensar na competência tecnológica?
Para o Secretário de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior de Minas Gerais, Alberto Duque Portugal, o Brasil tem crescido espetacularmente nos últimos anos, principalmente na área de produção científica e inovação. ?Não dá para pensar em inovação sem pensar a competência tecnológica?, afirmou.
Um dos desafios que o País enfrenta, segundo Portugal, e que deve começar a mudar é o fato dos grandes pesquisadores estarem concentrados nas Universidades e não nas empresas. ?Minas Gerais está trabalhando mais na área da inovação para atender a grande demanda. Devemos prestar atenção na economia do conhecimento. Quanto mais conhecimento, mais oportunidades e alternativas?, revelou.
;
Assessoria de Comunicação do IBRAM