Busca de investidor por barganha valoriza bolsa
11/09/08
Apesar do ganho de 2,47% da Bovespa, perdas acumuladas neste ano somam 24%
De São PauloA bolsa brasileira teve um dia bastante instável ontem. Os investidores oscilaram em se ?render? ao pessimismo com a economia global, ou tentar uma recuperação, num momento em que o principal indicador do mercado acumula queda de 24%. Prevaleceu, porém, a chamada busca por ?barganhas?, quando agentes financeiros aproveitam para embolsar ações que desvalorizaram demais no curto prazo. O Ibovespa, termômetro da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), avançou 2,47% e atingiu os 49.633 pontos. O giro financeiro foi alto ? de R$ 6,23 bilhões, acima da média do mês (R$ 4,5 bilhões/dia) e do ano (R$ 5,90 bilhões/dia). A recuperação de ontem foi puxada principalmente pelas ações do setor de mineração e das siderúrgicas. A ação da Vale do Rio Doce valorizou 5,72%, enquanto a ação ordinária da CSN subiu 4,21%. O ativo da Usiminas teve alta de 2,08%. A ação preferencial da Petrobras, que sozinha respondeu por R$ 1,5 bilhão do giro total, se recuperou nas últimas horas do pregão e teve valorização de 1,16% no fechamento. ?Aparentemente, é o retorno dos investidores estrangeiros. Ainda é difícil precisar, porque a bolsa informa com algum atraso o fluxo de investimentos externos. Agora, o volume alto de hoje (ontem) indica que pode ser o retorno do capital estrangeiro. Até por causa do câmbio, as ações ficaram muito baratas para o investidor de fora?, comenta Marco Aurélio Etchegoyen, operador da corretora gaúcha Diferencial. Na Europa, as ações do setor bancário contribuíram para que as principais bolsas de valores do continente fechassem com retração. Em Londres, o índice FTSE caiu 0,91%, enquanto o índice Dax, do mercado de Frankfurt, sofreu perda de 0,37%. Nos EUA, a bolsa de Nova York teve acréscimo de 0,34%. Entre as principais notícias do dia, o resultado do PIB (soma das riquezas produzidas no país) brasileiro surpreendeu: uma expansão de 6,1% no segundo trimestre de 2008, na comparação com igual período no ano passado, quando boa parte do mercado financeiro contava com um crescimento de 5,2%. (Da Folhapress)Dólar fecha a R$ 1,788 na maior cotação desde janeiroO dólar comercial foi cotado a R$ 1,788 na venda, com avanço de 0,90%, nos últimos negócios de ontem. Trata-se do preço mais alto desde 23 de janeiro deste ano. Nas casas de câmbio paulistas, o dólar turismo foi negociado a R$ 1,910, num salto de 2,13%. Profissionais de mercado ressaltam que o temor de desaceleração, ou mesmo recessão global, eleva o nível de aversão ao risco do agente financeiro. As economias emergentes pagam o preço, na medida em que o grande investidor sai das bolsas de valores e vende moeda local para comprar dólares, mesmo com a perspectiva, como no caso do Brasil, de uma elevação dos juros básicos. (Da Folhapress)
Correio Popular