Centro mineral goiano é referência internacional
02/07/08
Sônia Ferreira
O Centro de Tecnologia Mineral (CTM) da Secretaria de Indústria e Comércio Exterior de Goiás virou referência internacional para as empresas de mineração. As multinacionais do setor que atuam no Brasil e em outros países, como Arábia Saudita, África do Sul e Turquia, estão enviando amostras de minérios para serem analisadas em Goiás. Com o boom da mineração no mundo desde 2002, a demanda por serviços está aumentando tanto que há até lista de espera das empresas.
O secretário da Indústria, Luiz Medeiros Pinto, anuncia a expansão do Centro de Tecnologia através da parceria com as empresas privadas. A pretensão é criar um condomínio de tecnologia mineral, para começar a operar ainda este ano, segundo o secretário.
“Assim, o Estado não teria de desembolsar recursos financeiros e se consolidaria como centro de referência de tecnologia mineral, além de garantir a criação de empregos e renda”, justifica.
O Centro de Tecnologia Mineral da SIC é constituído de uma unidade piloto, tipo uma usina, que é adaptada para cada tipo de minério e para cada realidade empresarial, explica o superintendente de Geologia e Mineração da SIC, Luiz Fernando Magalhães.
No Centro de Tecnologia, localizado onde funcionava a antiga Metago, em Goiânia, próximo ao Bairro Feliz, já foram realizados estudos de viabilidade técnico-econômico para jazidas de minérios de ferro, fosfato, níquel, cobre e cobalto, titânio, vermiculita e ouro. Entre as empresas clientes estão grandes multinacionais como a Anglo American, Yamana Gold, Amarilo, London Metal, grupo Votorantim e Cooperativa Mista dos Garimpeiros de Serra Pelada, além de outros.
Luiz Fernando explica que os estudos no Centro de Tecnologia Mineral servem para indicar se uma mina é viável técnico e economicamente e quais são os processos de concentração que o metal ou minério têm de passar. “Esse é um processo imprescindível para a indústria mineral”, acrescenta.
O Centro de Tecnologia Mineral foi implantado com recursos da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), em 1978, na época auge da mineração, durante o governo Ary Valadão. Ele foi instrumento fundamental que garantiu o desenvolvimento da mineração em Goiás e no Brasil. Na época foram implantados mais três centros, em Minas Gerais, Rio de Janeiro e Bahia. Atualmente, estão em operação apenas os centros tecnológicos de Goiás, Rio de Janeiro e Minas Gerais. O de Minas Gerais está contratado apenas para realizar estudos para a Vale Mineração.
Em 2002, prevendo a recuperação do setor mineral no Brasil e no mundo, o governo de Goiás, em parceria com as empresas de mineração, investiu R$ 4 milhões na reestruturação do CTM. Com isso, a cada dia, aumenta a demanda por serviços, obrigando a usina piloto a trabalhar 24 horas por dia. Apesar disso, ainda há empresas na lista de espera de estudos de benefciamento de amostras de minérios.
EspecializadoSegundo o superintendende de Geologia e Mineração da SIC, o trabalho executado por 40 pessoas no CTM é altamente especializado. Cada estudo pode demorar até 90 dias para ser concluído e é realizado por empresas especializadas que alugam o espaço.
Hoje, será iniciado o processo de estudo de amostras de minérios de ouro da reserva de Serra Pelada (PA), a pedido da Cooperativa Mista dos Garimpeiros de Serra Pelada.
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