Energia mantém commodities em alta
22/04/08
A escassez de geração de energia elétrica, que não dá qualquer sinal de esmorecer, está sustentando o aumento dos preços mundiais das commodities, segundo analistas do Goldman Sachs. A falta de infra-estrutura na África do Sul, na América Latina, na China e na Austrália levou ao desabastecimento de matérias-primas ou interrompeu a geração de energia elétrica. Isso reduziu a produção de metais e elevou a demanda por combustíveis substitutos, como o diesel, disseram analistas do Goldman, entre os quais Jeffrey Currie, lotado em Londres, em nota de pesquisa datada do último dia 17 de abril. “`Um dos principais temas que parecem permear todo o complexo das commodities é a escassez significativa de geração de energia elétrica em todo o mundo`, disseram os analistas. As commodities ingressaram em seu sétimo ano de alta, num momento em que cresceu a demanda da parte de países como a China, a economia de crescimento mais acelerado dentre as principais do mundo. Mineradoras como a BHP Billiton estão aumentando a produção para dar conta da demanda. A alta dos preços dos combustíveis e a escassez de energia elétrica deverão paralisar o crescimento da capacidade de produção de metais. O contrato de cobre para entrega dentro de três meses foi negociado a US$ 8.880 a tonelada na Bolsa de Metais de Londres (LME, pelas iniciais em inglês), a maior alta de todos os tempos. “Acreditamos que o cobre tem como subir ainda mais`, disseram analistas do Goldman.“`Estamos mais neutros com relação aos demais produtos do complexo dos metais básicos.` O diesel “é o combustível de último recurso para gerar energia elétrica e vem sendo o principal impulsionador do mercado petrolífero nos últimos tempos`, segundo os analistas. A escassez de geração de energia elétrica chama a atenção para `um problema de infra-estrutura de mais longo prazo para a mineração, a fundição de metais e atividades de exploração no espaço das commodities como um todo`, disseram analistas do Goldman, acrescentando que é necessário investir mais em capacidade na área de infra-estrutura.
Gazeta Mercantil