17/08/09

Cuiabá ter sido escolhida como uma das sedes para a Copa de 2014 está mexendo com muita gente e criando expectativas de crescimento em diversos setores. O setor da construção civil é um dos que viverão um grande momento até 2014. Nesse sentido, deve existir uma preocupação quanto aos insumos básicos para a construção civil, entre eles, argila utilizada na fabricação da cerâmica vermelha, cascalhos, areia e brita, utilizada tanto ?in natura? como na forma de agregados (concreto e argamassa) e beneficiados (blocos e lajotas) etc.O rio Cuiabá é atualmente a principal fonte de produção desses insumos básicos para a indústria da construção civil, tanto de areia lavada como de cascalho, provenientes de dragagem ao longo do seu canal. É sabido que todos esses materiais possuem uma característica própria: são de baixo valor agregado e não suportam transportes a longas distâncias, fatores que tornam inviável a sua exploração a percursos superiores a 100 km.Portanto, conhecer os projetos e pesquisas em andamento são o caminho para se viabilizar o insumo básico e o produto final a custos mais favoráveis e sem comprometer o meio ambiente. É com muita seriedade e preocupação que a Metamat , através da sua diretoria, representada pelo seu diretor-presidente João Justino Paes Barros e seu diretor técnico Wilson Menezes Coutinho desenvolveram dois projetos (?Levantamento Batimétrico e Perfilagem Eletrônica do Canal do Rio Cuiabá? e ?Artefatos de Pedras para Construção Civil?) que visam contribuir da maneira mais eficiente possível para o conhecimento do setor, possibilitando a adoção de medidas para a sua conservação ao longo do tempo, associando a um processo econômico de dragagem comercial com um enfoque ambiental. Em síntese, utilizar a matéria-prima sem agredir o meio ambiente; ou melhor, sem destruí-lo. PESQUISAUm dos enfoques da pesquisa diz respeito ao Projeto ?Levantamento Batimétrico e Perfilagem Eletrônica do Canal do Rio Cuiabá?, que serão desenvolvidos por meio de métodos indiretos com emprego de ecobatímetros (sonar que identifica o relevo, a superfície abaixo da lâmina d?agua), receptores GPS e imagens de satélite digitais e softwares aplicativos. O objetivo do trabalho consiste em diagnosticar bancos de areia, de cascalho e até mesmo restos de entulho que contribuam com o desvio do leito do rio e o processo erosivo das suas margens. ?O processo é realizado em etapas seqüenciadas, que objetivam contribuir através de estudos batimétricos e sondagens para o conhecimento adequado do leito do rio Cuiabá, prevendo a avaliação do potencial para insumos utilizados na construção civil (areia grossa e fina, cascalho, etc) e orientando o processo de extração mineral, de acordo com as características físicas do canal. A retirada em local inadequado pode alterar o fluxo normal do rio, que sofrerá impactos em suas margens. Se operacionalizada nas condições adequadas, em forma de leque, de montante para jusante. Segundo o geólogo, ?a dragagem vai permitir a extração ambientalmente correta com preservação das margens e do leito do rio?, explicou o chefe do Departamento de Geologia e Mineração da Metamat, Marcos Vinícius Paes de Barros.O processo de criação dos bancos de cascalho e areia no leito, ocorre através da erosão rio acima e do assoreamento rio abaixo, sendo o acumulo de sedimentos de cascalhos no fundo para as partes areia grossa e depois areia fina nas partes superiores.Os projetos ?Levantamento Batimétrico do Leito do Rio Cuiabá? e ?Artefatos de Pedras para Construção Civil? já estão prontos. O primeiro citado aborda principalmente os bancos de areia e cascalho que deverão dar sustentabilidade à construção civil, enquanto que o de Artefatos diz respeito as pedras e granitos. Ambos visando os grandes canteiros de obras originados em função da Copa do Mundo de 2014.A construção civil é a que mais vai necessitar dos minérios para esta área, pois utilizará areia, cascalho, argila, pedra britada, pedrisco, barro cerâmico, cimento, cal e outros bens minerais de baixo valor que são imprescindíveis. ?Sem eles a construção civil estará inviabilizada?.A perspectiva é grande quanto à construção civil com a demanda da copa, mas vai depender de estudos técnicos que economicamente viabilizem o preço e o atendimento do setor. MATÉRIA-PRIMAA Baixada Cuiabana tem potencial para abastecer boa parte da demanda de insumos básicos para construção civil. Ainda falta, na verdade, orientação no processo de dragagem para retirada do produto. A Metamat tem o papel, sempre que demandada, de fazer estudos para levantamento de novas áreas, dando suporte técnico e informações sobre regiões passíveis de exploração, alavancando o processo de geração de novos empreendimentos. Está disponível sempre que for solicitada, através de um corpo técnico qualificado e conhecedor dos problemas do Estado. O fato de áreas promissoras estarem localizadas nas proximidades de Cuiabá barateia a operacionalização do processo. ?Um exemplo são os artefatos de pedra que permitem a pavimentação de ruas e calçadas para o tráfego de veículos e pedestres, granito para decoração, enfim, há um potencial muito promissor e se for aproveitado esse material local, de Cuiabá, Várzea Grande, Santo Antônio e outros municípios, certamente irão contribuir com a geração de emprego e renda em nossa região. Além da agregação de valores, estaríamos vendendo produtos que atendem as exigências e demandas do mercado, por um preço competitivo. Todos ganham com isso, inclusive o meio ambiente?, alertou o chefe do Departamento de Geologia e Mineração da Metamat, Marcos Vinícius de Barros.

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