Indústria extrativa deverá retomar os aportes em 2010
13/08/09
Após apresentar um dos melhores resultados do ano nas exportações de minério de ferro em julho, cujo principal destino foi a China, a indústria extrativa mineral confirmou as primeiras reações nos preços do produto, além de poder ampliar os investimentos previstos para o setor a partir de 2010, segundo o presidente do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), Paulo Camillo Vargas Penna.De acordo com dados do Ministério dos Transportes chinês, as importações de minério de ferro do país subiram 35% em julho, contra o mesmo mês de 2008, passando para 56,5 milhões de toneladas, volume que só perde para abril, quando os desembarques do produto no país chegaram a 57 milhões de toneladas.Conforme Penna, o cenário está mudando, mas não se apoia somente na demanda chinesa. “A China sozinha não resolve as sequelas deixadas pela crise econômica. A Itália, França e Alemanha, que juntos representavam cerca de 18% das vendas externas do país no período pré-crise, estão voltando a comprar”, afirmou.Para ele, no segundo semestre do ano as vendas internacionais do insumo siderúrgico deverão se igualar ao resultado registrado no segundo semestre de 2008 e deverão fechar o ano com redução total de 25% em relação ao exercício passado. “Mesmo com o reaquecimento, a previsão é de passar de um patamar de 320 milhões de toneladas em 2008 para 240 milhões neste ano”, afirmou.Os preços também estão começando a reagir, segundo Penna. De acordo com ele, mesmo os contratos celebrados com redução de aproximadamente 30% nas compras à vista neste ano são feitos em cima de um aumento que acumulou de 2000 a 2008 cerca de 400%.”A percepção é que países que deixaram de demandar minério de ferro a partir do quarto trimestre de 2008 estão retomando as compras. Tanto os europeus quanto os japoneses, voltaram a fechar contratos e isso trouxe um clima de otimismo para o setor”, avaliou.Volatilidade – No entanto, o cenário de volatilidade permanece, conforme o presidente da entidade. Para ele, a escalada de preços dos minerais até meados do ano passado viabilizou novas minas e projetos que eram inviáveis no início da década.A partir do quarto trimestre de 2008, o setor caminhou no sentindo contrário, com demissões e suspensão de investimentos devido aos recuos na demanda e nos preços do minério de ferro.O minério de ferro, principal produto da pauta mineira, respondia em média por 25 milhões de toneladas mensais nas vendas nacionais até setembro de 2008, segundo Penna.A partir do último trimestre de 2008, com a crise econômica mundial ganhando força, o volume atingiu 16 milhões de toneladas em novembro e 13 milhões de toneledas em dezembro. Apenas em janeiro deste ano, as vendas voltaram a registrar 17 milhões de toneladas, volume mantido em fevereiro e que subiu para 20 milhões de março até abril.Por Marx Fernandes
Diário do Comércio – MG