Vale espera retomada lenta dos mercados ao longo do ano
08/07/09
Do Valor OnLine
RIO – A Vale permanece com a expectativa de uma lenta retomada dos mercados ao longo do ano. O presidente da companhia, Roger Agnelli, afirmou que a expectativa é de um “cenário difícil” até o fim de 2009, com resultados melhores apenas no ano que vem. O executivo não descartou a possibilidade de uma “surpresa positiva” entre o último trimestre deste ano e o início do ano que vem.
Como reflexo da melhora gradual dos mercados, a mineradora vai retomar até o fim do ano a produção em uma pelotizadora em Tubarão, no Espírito Santo. A empresa também estuda a possibilidade de retomar a atividade na mina de Gongo Soco, em Minas Gerais, reduzindo o ritmo de produção em Itabira, onde o custo é mais alto.
“Estamos com cenário de recuperação lenta”, frisou Agnelli, que participou do lançamento do programa Brasil Vale Ouro, no Rio de Janeiro.
Segundo o executivo, a retomada da pelotizadora acontecerá em um momento de recuperação do mercado à vista para o;minério;de ferro. Sobre as outras quatro pelotizadoras da empresa que permanecerão paradas, Agnelli ressaltou que poderão voltar “mais para o final do ano que vem”.
Na briga para evitar custos mais elevados de produção em um momento em que a economia mundial tenta se recuperar da crise, Agnelli lembrou que a mina de Sudbury, no Canadá, é o local com maior custo da Vale. A companhia enfrenta uma ameaça de greve por parte dos funcionários da Vale Inco por conta da mudança proposta pela companhia para o sistema de aposentadoria, que era de benefício definido e passou para contribuição definida.
“Sudbury é o local com maior custo da Vale e não é sustentável. Tanto é que mudou de dono, nós compramos. Sobreviveram porque tem uma empresa do porte da Vale para segurar”, frisou o executivo.
O presidente da Vale revelou ainda que o possível aumento de participação da mineradora na Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA) será feito para garantir a entrada em operação do projeto, uma vez que a sócia majoritária, a alemã ThyssenKrupp, foi fortemente afetada pela crise.
“Siderurgia não é o nosso core business. Nós queremos viabilizar o projeto siderúrgico”, explicou.
(Ana Paula Grabois | Valor Econômico, para o Valor Online)
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