Setor mineral quer reordenamento no CE
28/05/09
Geólogos defendem maior informação ao setor empresarial sobre o potencial do segmento de mineração no EstadoEm meio às oportunidades de novos negócios e de empregos a partir da instalação da Companhia Siderúrgica de Pecém (CSP), da usina de Itataia e da refinaria da Petrobras, mas com produção mineral no Ceará em torno de R$ 112,5 milhões por ano, geólogos e engenheiros de minas cearenses pedem ao governo do Estado, ações mais efetivas no sentido de promover o reordenamento do setor mineral. Reunidos em audiência pública na tarde de ontem, na Assembléia Legislativa, a categoria ? 80% empregada em instituições públicas e o restante, com raras exceções, em universidades ? reclama maior gerenciamento e investimentos no setor.´Em 2007, o setor de mineração gerou R$ 112 milhões, em lavras formais. Esse valor poderia ser bem maior, se houvesse maiores incentivos, gerência e formalização´, cobra o coordenador Nacional da Câmara Especial de Geologia e Minas, Alexandre Carneiro Filho, destacando que 70% da atividade de mineração no Ceará e no Nordeste são informais. Ele lembra que, além dos empreendimentos de grande porte, que envolvem insumos minerais como o carvão, o petróleo, o urânio, fosfato e calcáreo, o Estado apresenta outros potenciais minerais de menor densidade, mas de grande significado econômico e social para o Interior. Ele cita as jazidas de pedra Cariri, de granito, as cerâmicas vermelhas, pedras ornamentais e até o turismo nos sítios arqueológicos, como setores que precisam de maior dinamismo e investimentos públicos e privados. ´O bem mineral precisa de uma abordagem empresarial, econômica e gerencial, de maior apoio das instituições financeiras, além de melhor conhecimento técnico. Esse é o desafio do Estado, a partir da Câmara Setorial de Mineração´, reconhece o coordenador do Bureau Mineral da Agência de Desenvolvimento do Ceará (Adece), Francisco Paula Pessoa de Andrade.Carta ao LegislativoAs reivindicações pelo reordenamento do setor de geologia e de mineração, em crise desde a extinção da Ceminas, em 1989, foram consolidadas em um documento protocolado ontem, na Assembléia. ´Entendemos que este é caminho, pela representatividade política que a Casa expressa´, explicou Carneiro Filho, ao entregar o documento nas mãos do deputado Estadual, Dedé Teixeira, promotor da audiência pública. Parte da programação da semana da geologia, o encontro reuniu representantes de várias entidades públicas e civis.
Diário do Nordeste