Mineração desacelera investimentos
16/04/09
Nice SilvaEspecial para o Hoje em DiaA crise econômica mundial derrubou a previsão de investimentos das mineradoras no país e em Minas Gerais. Segundo o Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), o montante foi reduzido em US$ 10 bilhões no Brasil – de US$ 57 bilhões para US$ 47 bilhões, queda de 17%. A primeira previsão foi feita para o período de 2008 a 2012. A segunda, reajustada, se refere ao período que vai de 2009 a 2013. No mesmo sentido, em Minas Gerais, os recursos também foram enxugados, passando de US$ 17 bilhões para US$ 13 bilhões – queda de 23%. Segundo o Ibram, somente o minério de ferro teve os investimentos ceifados em mais de US$ 5,7 bilhões. De 2008 a 2012, a previsão era de aportes de US$ 37,3 bilhões. Refeitos os cálculos em 2009, os investimentos neste setor caíram para US$ 31,5 bilhões até 2013.Apesar da retração nos investimentos, a produção começa a se recuperar depois de queda expressiva verificada após a eclosão da crise, no último trimestre do ano passado. Em setembro, a extração do minério de ferro era de 25 milhões de toneladas, foi a 13 milhões em dezembro, subiu para 17 milhões de toneladas em janeiro, e em março saltou para 22 milhões.Contudo, os preços do mineral caíram muito no mercado internacional. Na China, o preço spot (pago na venda avulsa) da tonelada era de US$ 200 em 2008, mas caiu a US$ 70 em novembro, conseguindo uma recuperação em março, quando foi a US$ 85.?O que aconteceu foi que paramos de cair. O aumento da produção não indica uma retomada do crescimento nos próximos meses?, avalia o presidente do Ibram, Paulo Camillo Penna. Ele completa dizendo que metais como o cobre, chumbo e zinco também vêm obtendo recuperação de preços no mercado internacional.A revisão para baixo dos investimentos deve-se à conclusão de projetos de implantação, seguida pela ausência de novos empreendimentos, devido à incerteza do cenário econômico mundial. ?A Votorantim suspendeu os projetos para o zinco, assim como houve paralisação em outros de níquel, por exemplo?, disse Pena.O níquel teve o maior corte, de acordo com as estimativas do Ibram. O montante de US$ 1,5 bilhão caiu para US$ 1 bilhão. Em Minas Gerais, os US$ 13,8 bilhões serão destinados à mineração de bauxita, ferro, fosfato, nióbio, zinco e a operações de logística.
Hoje em Dia