14/04/09

São Paulo, 14 de Abril de 2009 – A Companhia Vale do Rio Doce informou ontem a saída de quatro de seus diretores como resultado de um processo de adequação da estrutura, em decorrência da crise global, informou a mineradora. O diretor-executivo de gestão e sustentabilidade, Demian Fiocca, que exercia a função desde 2007, vindo do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), onde foi presidente,. pediu demissão do cargo. Os cargos de diretores-executivos são exercidos por dois anos e os nomes são escolhidos pelos membros do Conselho de Administração da companhia.
O diretor de Meio Ambiente Walter Cover, a diretora de Comunicações, Olinta Cardoso e o diretor de Recursos Humanos, Marco Dalpozzo, foram desligados da empresa.
No final de março, o presidente da Vale, Roger Agnelli, afirmou que o desempenho das vendas de minerais estava um pouco melhor a cada mês e que, se o ritmo se mantivesse, os mais de cinco mil funcionários que voltarão da licença remunerada em maio seriam mantidos, sendo remanejados para novos projetos, que precisam de mão-de-obra, como Onça Puma (projeto de níquel no Pará). O executivo não descartava, porém, a possibilidade de cortar funcionários, caso a crise se intensifique.
O diretor financeiro da Vale, Fabio Barbosa, ressaltou ontem, em apresentação, que a companhia tem verificado indícios de melhora na demanda por minério de ferro e metais, especialmente por parte da China. “Parece que há um sinal de reversão, de melhoria. No caso da China, mais pronunciado. Não é visível na esfera global, mas no caso da China é certamente”, disse durante palestra promovida pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) “Cenários da Economia Brasileira e Mundial”.
Segundo o executivo, os investimentos do setor mineral neste ano devem cair entre US$ 60 bilhões e US$ 110 bilhões em relação ao ano passado devido à crise financeira mundial.
Barbosa afirmou ainda que vê indícios de estabilização na produção de minério e metais, sem especificar se da própria empresa, mas que os volumes estariam se consolidando em um nível mais baixo do que os verificados em outros anos.
De acordo com relatório da Goldman Sachs, a Vale pode elevar os embarques de matérias-primas a partir do segundo trimestre, enquanto os estoques caem e a demanda por parte dos construtores chineses cresce. As exportações podem subir para um índice anual de 270 milhões de toneladas métricas, ante as cerca de 200 milhões de toneladas verificadas no primeiro trimestre, disse Marcelo Aguiar, analista da Goldman Sachs.
O analista também afirmou que a Vale pode conseguir acertar com as siderúrgicas um “relativamente favorável”, cerca de 30% abaixo dos níveis atuais. Os preços podem cair 40% para os fornecedores australianos, que conseguiram um aumento maior do que a Vale em 2008.
(Gazeta Mercantil/Caderno C – Pág. 4)(Redação – Com agências)

Gazeta Mercantil