Vale investe e gera empregos no Pará
26/01/09
A Vale anunciou investimentos de mais de R$ 122,3 milhões no Pará a serem aplicados na indústria naval. A empresa deve gastar mais de R$ 398,6 milhões para a construção de embarcadores e barcaças em três estaleiros nacionais. Somente o estalaleiro Rio Maguari, em Belém, fará 32 barcaças e dois empurradores. Na capital paraense, o empreendimento deve gerar, pelo menos, mais de 600 empregos diretos e indiretos no setor que já andava sentindo os efeitos da crise mundial. “Com o contrato, vamos conseguir manter os empregos que geramos e precisar de mais profisisonais para executar o trabalho”, diz o diretor comercial da empresa selecionada pela mineradora para a tarefa no Estado, Fábio Vasconcelos.
A Mina de Urucum, localizada no Mato Grosso do Sul, será uma das atendidas pelas embarcações, que farão transporte de minério pelo rio Paraguai, levando a produção da Vale até a Argentina. O diretor de Portos e Navegação da Vale, Humberto Freitas, diz que a iniciativa da mineradora é uma resposta à crise e ao mesmo tempo um apoio à indústria naval do país. “Os investimentos devem gerar mais de 2.300 empregos no País em um momento delicado da economia no mundo inteiro”, comenta o dirigente da mineradora.
Outros estaleiros também foram selecionados pela Vale para construir as barcaças e empurradores. Um deles, o Detroit, está localizado em Navegantes, no Estado de Santa Catarina. Somente lá serão gerados mais de 1.250 empregos diretos e indiretos. Mas, há também indústrias navais beneficiadas em Aracaju (SE), no Terminal Marítimo de Ponta da Madeira, no Maranhão, e no Complexo de Tubarão, no Estado do Espírito Santo. Nesses locais, os investimentos para as novas embarcações irão custar R$ 276,3 milhões.
No Pará, serão produzidos dois comboios, compostos de 16 barcaças e um empurrador cada um, conforme detalha Fábio Vasconcelos. As balsas terão capacidade para transportar 3,2 mil toneladas de minério. Já os empurradores terão 45 metros de comprimento cada um, com potência de 7,2 mil Host power (HP) e propulsão diesel-elétrica – forma de energia para movimentar a máquina menos nociva ao meio ambiente -, uma exigência da Vale para contratação dos serviços.
Vasconcelos diz que o contrato é importante, pois vai minimizar os efeitos da crise, uma vez que desde outubro, como a situação começou a se agravar, já havia alguns cancelamentos de contrato. “É um investimento que se concentra em uma única empresa, mas o impacto chega a outras indústrias devido a aquisição e compras. Acaba gerando uma reação em cadeia positiva”, diz ele, que é engenheiro naval e presidente do Sindicato das Indústrias de Construção Naval do Pará.
A Rio Maguary, no ano passado, já havia conseguido outro contrato semelhante, com a empresa MMX/Hermasa, que faz transporte de minério de Santana, no Amapá, à Belém. Nesse empreendimento, foram encomendadas 22 barbaças e dois rebocadores. Fábio Vasconcelos diz que o setor no Estado tem dez grandes estaleiros para todos os portes de embarcações e a escolha demonstra maturidade das empresas atuantes no Estado.
O Liberal – PA