Unifal conquista medalhas nos jogos internacionais de mineração
01/05/17
O Time Mining Games UNIFAL-MG participou, entre os dias 22 e 26 de março de 2017, do 39º International Mining Games, as olimpíadas anuais da mineração, que neste ano foram sediadas na Univeristy of Kentucky, em Lexington, Kentucky.
A equipe foi formada por cinco estudantes de Engenharia de Minas do Campus Poços de Caldas – MG da Universidade Federal de Alfenas (UNIFAL-MG): Paula Cintra, Natália Selvatti, Hugo Otoni, Augusto Silva e Henrique Lima, capitão da equipe. Pela quarta vez consecutiva o Time Mining Games UNIFAL-MG representou a América Latina, o Brasil, Poços de Caldas e a UNIFAL-MG nos Jogos Internacionais de Mineração.
O projeto, que foi iniciado no ano de 2012, evolui a cada ano. Em 2016 a participação ocorreu em Butte, Montana, nos Estados Unidos, nos anos anteriores, em 2015 em Kalgoorlie, na Austrália e em 2014, primeira vez na competição, foi em Rolla, Missouri nos EUA.
Previamente às provas da competição, a equipe teve a oportunidade de participar de algumas visitas pelo estado de Kentucky. Como por exemplo, a uma mina administrada pela Companhia Nally & Gibson, que trabalha com extração de rochas, areia e cascalho. No local os estudantes participaram de simulações com explosivos além de presenciarem como era feita a extração de calcário, areia e cascalho e também puderam testemunhar um estudo feito no local sobre ventilação em minas subterrâneas.
A sede dos Jogos deste ano contou com temperaturas variadas, desde 23º positivos até 2º negativos, mas foi possível se adequar no espaço curto que tinham durante o dia dos treinos oficiais e durante toda a competição. A equipe brasileira iniciou os treinamentos constantes entre dezembro de 2016 até março deste ano, se adequando aos materiais e equipamentos no centro de treinamento localizado dentro do campus.
São, no total, sete provas distintas. A equipe pode treinar em sua totalidade quatro delas (Hand Steel, Gold Pan, Swede Saw e Survey). Duas das provas foram treinadas de maneira alternativa (Track Stand e Mucking – a prova mais tradicional do evento), utilizando, por exemplo, tambores ao invés de um carrinho de minério, equipamento para o qual se busca, junto dos próprios trilhos de trem utilizados nas provas, apoio e parcerias de empresas. Houve, no entanto, uma prova para a qual o time treinou apenas no dia oficial de treinos durante o evento, a prova Jackleg que, para execução no CT, necessita de equipamentos e materiais com custos mais elevados: uma perfuratriz pneumática de coluna, a bomba e os blocos de concretos.
A 39º edição contou com a participação de 32 equipes, sendo que na categoria mista, da qual o Time faz parte, foram 12 times competindo, o time brasileiro ocupou a 6ª posição geral entre times do mundo inteiro.
Vale ressaltar que nesta edição foram conquistadas medalhas de Ouro e Prata nas provas. A medalha de ouro veio pela prova Survey, que consiste em uma prova de topografia, na qual devem ser encontradas as coordenadas de um ponto a partir de um outro ponto, do qual se conhece sua coordenada e seu azimute de ré, utiliza-se um teodolito com mais de 100 anos, a primeira medalha de ouro do Brasil na história do evento internacional. Nesta prova, o resultado da equipe foi excelente; obteve-se um erro de 0,23 ft acumulado dos três eixos, resultado com umas das melhores precisões do dia. A medalha de prata veio pela prova Swede Saw, em que os cinco membros de cada equipe serrem um bloco de madeira seguidamente no menor tempo possível, o resultado foi de 2min e 37s, detalhe para diferença do bronze que foi apenas de 2s, que ficou com a equipe do Colorado, com tempo de 2min e 39s. Na cerimônia de encerramento, ao ser chamada para subir ao palco e receber as medalhas e as placas de premiação, a equipe brasileira foi ovacionada por estudantes, professores, juízes da competição, profissionais e membros das empresas patrocinadoras de todo o mundo, manifestação presenciada durante todo o evento: o Brasil sendo bem representado e sendo festejado não apenas pela participação, mas também por apresentar resultados positivos e estar evoluindo a cada ano, com perseverança, comprometimento, busca por excelência e paixão, paixão que abrange todo o setor da mineração através do desenvolvimento da prática e da celebração esportiva.
Para a efetivação do projeto de 2017 o maior obstáculo foi arrecadação financeira e os patrocínios, que foram poucos para esta edição. Destaca-se o patrocínio direto da empresa TSL – Transportadora Santa Luzia de Aguaí – SP (parceira desde o ano de 2014) e da empresa Plan4r – Engenharia, Drones& Geotecnologia. Houve apoio de algumas empresas e instituições como: Pró-Reitoria de Extensão da UNIFAL, Metabase- Sindicato dos Trabalhadores, CAVE Agronomia, Mineração e Meio Ambiente, Laboratório Freire e o ENTMME (Encontro Nacional de Tratamento de Minérios & Metalurgia Extrativa). Até a próxima participação, continua a busca pelo patrocínio de empresas do setor da mineração, um diferencial das equipes estrangeiras, as quais são patrocinadas anualmente por diversas empresas da área.
Embora a parte financeira foi um grande obstáculo para a concretização da participação, a experiência dos estudantes nos Jogos Internacionais equivale a todo o esforço para reconhecer a faculdade internacionalmente e adquirir culturas e experiências novas para a indústria de mineração. Muitas dúvidas e aprendizados, o projeto 2017 foi um sucesso e a equipe brasileira está feliz em divulgar isto a todos os familiares, amigos, colegas, professores, comunidade mineira e apoiadores. As duas medalhas que vieram para o Brasil premiaram os estudantes e aqueles que acreditam e apoiam o projeto como um todo.