Getúlio Gomes foi o primeiro engenheiro de minas nascido em Cajati (SP)Getulio Gomes fue el primer ingeniero de minas nacido en la ciudad de Cajati (SP)Getulio Gomes was the first mining engineer to be born in Cajati, state of São Paulo.
31/05/17

Getúlio Gomes é atualmente Gerente de Desenvolvimento Tecnológico da Kinross Paracatu- Crédito: Kinross Paracatu
Sou natural de uma cidade do interior de São Paulo por nome de Cajati, é uma cidade pequena com os seus 30.000 habitantes.
A cidade cresceu através da abertura de uma mina de calcário e fosfato, sendo hoje ainda a maior mina do estado de São Paulo. O interessante lá é que a portaria da mina fica no centro da cidade ao lado da Prefeitura e Câmara Municipal!
Foi nesse ambiente que eu cresci, onde todos os dias quando ia para o centro da cidade, passava ao lado da portaria e via aquele movimento de pessoas e veículos entrando em saindo.
Todos nós tínhamos parentes ou conhecidos que trabalhavam na mina, que naquela época se chamava Serrana e hoje pertence a Vale. Meu pai não fugia a regra e também trabalhava lá, numa empreiteira que em Cajati carinhosamente eram chamadas de “gata”. Meu pai trabalhou como motorista de caminhão fora de estrada e minha mãe como cuidadora na creche municipal da cidade.
Na cidade sempre chamávamos os engenheiros da empresa de “doutor” e era o sonho de todos um dia trabalhar lá.
Eu sempre me interessei pela área acadêmica e queira prestar vestibular para Geografia; meu pai de pronto não permitiu, disse que professor era uma área muito pouco valorizada. Ele queira que eu fosse médico, e tentei vestibular para medicina, e graças a Deus, não passei.
Como toda cidade pequena, todos sabiam que o filho do seu Getulio estava tentando uma vaga numa universidade pública, e um supervisor da mina sugeriu a ele que eu fizesse engenharia de minas. Fui prestar vestibular em Ouro Preto, pois este supervisor tinha familiares lá e eles me ajudaram na questão de estadia durante as provas. Felizmente passei e foi ai que descobri que estava adentrando na mais antiga e tradicional escola de minas do país e uma das mais conceituadas do mundo.
Então foi dessa maneira, meio que acidental, mas vivendo desde criança num ambiente minerador que me tornei engenheiro de minas e hoje sou extremamente apaixonado pelo que faço.
Apesar de a mina ter sido aberta em meados da década de 40, descobri mais tarde que fui o 1° engenheiro de minas nascido em Cajati. Teve inclusive um engenheiro muito conhecido na cidade e que trabalhava na mineradora, que quando descobriu que eu havida passado num vestibular para engenharia de minas, chegou em casa numa camionete com pilhas de livros antigos e me disse que a muito tempo estava esperando que alguém da cidade resolvesse seguir esta carreira e que agora estava “passando” os livros para mim. Grande parte deles foram doados para uma faculdade da cidade de Paracatu, onde há 14 anos trabalho na empresa que foi o meu primeiro emprego e posso dizer que ainda hoje tenho a mesma alegria de trabalhar como se fosse o primeiro dia.
Getúlio Gomes é atualmente Gerente de Desenvolvimento Tecnológico da Kinross Paracatu.

Getúlio Gomes ocupa actualmente el puesto de Gerente de Desarrollo Tecnológico de Kinross – Crédito: Kinross Paracatu
Soy de una ciudad del interior de São Paulo de nombre Cajati, que es una pequeña ciudad con sus 30.000 habitantes.
La ciudad creció a través de la apertura de una mina de caliza y fosfato, siendo aún hoy la mayor mina del estado de São Paulo. Lo interesante es que allá la portería de la mina queda en el centro de la ciudad, ial lado de la Prefectura y Cámara Municipal!
Fue en ese ambiente que crecí yo, donde todos los días, yendo al centro de la ciudad, pasaba al lado de la portería y veía aquel movimiento de personas y vehículos entrando y saliendo.
Todos nosotros teníamos parientes o conocidos que trabajaban en la mina, que en aquel entonces se llamaba Serrana y hoy pertenece a Vale. Mi padre no era excepción y también trabajaba allá, en una contratista que en Cajati cariñosamente era llamada “gata”. Mi padre trabajó como chofer de camión fuera de ruta y mi madre como cuidadora en la guardería municipal de la ciudad.
En la ciudad siempre llamábamos a los ingenieros de la empresa de “doctor” y todos soñaban con trabajar allí algún día.
Siempre tuve interés por el área académica y quería hacer el examen para cursar Geografía; mi padre a principio no lo permitió, dijo que el área de profesor era muy poco valorada. Él quería que yo fuera médico, e intenté el examen para medicina, pero gracias a Dios no tuve éxito.
Como sucede en las pequeñas ciudades, todos sabían que el hijo de Don Getulio estaba intentando una vacante en una universidad pública, y un supervisor de la mina le sugirió a él que yo hiciera ingeniería de minas. Rendí el examen de ingreso en la ciudad de Ouro Preto, puesto que este supervisor tenía familia allí y ellos me auxiliaron en lo que se refería a la estadía durante los exámenes. Afortunadamente logré aprobarlos y pronto me di cuenta de que estaba entrando en la más antigua y tradicional escuela de minas del país y una de las más conceptuadas del mundo.
Fue de ese modo, como que por accidente, aunque viviendo desde niño en un ambiente minero, que me volví ingeniero de minas y hoy estoy extremadamente enamorado de lo que hago.
A pesar de la mina haber sido abierta en meados de la década de los 40, descubrí más tarde que fui el primer ingeniero de minas nacido en Cajati. Incluso hubo un ingeniero muy conocido en la ciudad y que trabajaba en la minera que, al enterarse de que yo había aprobado el examen para ingeniería de minas, llegó a mi casa en una camioneta con pilas de libros antiguos y me dijo que llevaba mucho tiempo esperando que alguien de la ciudad resolviera seguir esta carrera y que en ese momento me estaba “transfiriendo” los libros. Gran parte de ellos fueron donados a una facultad de la ciudad de Paracatu, en donde tuve mi primer empleo y llevo trabajando 14 años. Puedo decir que aún hoy tengo la misma alegría de trabajar como si fuera el primer día.
Getúlio Gomes ocupa en la actualidad el puesto de Gerente de Desarrollo Tecnológico de Kinross Paracatu.

Currently, he works as technological development manager for Kinross Paracatu – Source: Kinross Paracatu
SI was born in a small inland town in the state of São Paulo that goes by the name of Cajati, with a population of 30,000 inhabitants.
The town grew around a limestone and phosphate mine site, which is still the largest mine in the state of São Paulo. The interesting thing about it is that its portal is downtown, next to the city hall and city council.
This is the environment I grew up in. Day in, day out, I would go by the mine portal and see all those people and vehicles coming in and out the mine.
All of us had relatives or acquaintances who worked for Serrana mining, currently a company of the Vale Group. My father was no exception: he used to work at the mine, for one of the various contractors, fondly labeled as “gatas” (TN female cats, or chicks, as a slang) in Cajati. My father worked as off-highway truck driver and my mother as a caretaker at the local nursery.
Back then, we were used to calling engineers “Dr. So and So” out of respect, and working at the mine was everyone’s dream.
I’ve always been interested in the academic area, and intended to major in Geography to become a teacher. At first, my father wouldn’t allow that, for he said teachers were undervalued. He wanted me to become a doctor, so I tried the Vestibular (TN university entrance examination in Brazil) for Medicine, but, thank God, I did not pass.
As in all small towns, everyone knew Getulio’s son had been trying to get a public university place, and a mine supervisor suggested I should apply for mining engineering. Then, I went to Ouro Preto to take the exams there, for that supervisor had some relatives in that town, and they hosted me during the exams. Fortunately, I passed the exams and then found out I was being admitted to the oldest and most traditional mining school in Brazil, and also one of the most reputable worldwide.
So, it’s been virtually by accident that I became a mine engineer and entirely passionate about what I do, having lived my whole life in a mining-related environment.
Despite the fact that the mine was opened in the mid-40s, I found out later I was the very first mining engineer born in Cajati. A very well-known engineer in town, for instance, was informed I had been approved at the university exams, and at once got over to my house with piles of old books. He told me he had been waiting for a long time for someone in town to decide to major in mining engineering, and now he’d be handing all those books over to me. Most of those books were donated to a college in Paracatu, where I’ve been working for 14 years for the company in which I had my first job position. I can tell you I’m as happy today as I was at the first day I got to work there.
Currently, Getúlio Gomes is a technological development manager with Kinross Paracatu.