IPT e CBMM fazem parceria para produzir liga didímio-ferro-boro
10/01/17
O Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) firmou uma nova parceria com a Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM) com o objetivo de produzir a liga didímio-ferro-boro. Segundo um anúncio feito pelo IPT na última semana, este é ?mais um passo para a criação de uma cadeia produtiva de superímãs no Brasil?. O projeto tem duração de um ano e aporte previsto de R$ 2,7 milhões.Há quase um ano, em fevereiro de 2016, o IPT e a CBMM anunciaram a produção de didímio metálico pela primeira vez no Brasil. Na época, João Batista Ferreira, pesquisador do Centro de Tecnologia em Metalurgia e Materiais (CTMM) do IPT afirmou que a obtenção de didímio pela primeira vez no país mostra ser possível também a produção do metal em escala industrial.Segundo o IPT, a liga didímio-ferro-boro é a essência da constituição dos chamados ímãs permanentes, criados com elementos de terras-raras. O projeto, realizado no âmbito da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), tem duração prevista de um ano e terá um aporte de cerca de R$ 2,7 milhões, além de um investimento adicional de R$ 500 mil por parte da CBMM, para compra de um equipamento necessário ao resfriamento controlado e criação de microestruturas na liga.?A cadeia de produção dos superímãs se inicia na extração dos minérios, que é feita em Araxá [MG] pela CBMM. Depois, ocorre a concentração das terras-raras, a produção dos óxidos e a obtenção do didímio, realizada na etapa anterior?, diz Ferreira Neto. ?Nessa segunda etapa, o objetivo é obter a liga de didímio, ferro e boro, para então passarmos à terceira fase, em que poderemos produzir o pó da liga e o superímã em escala laboratorial?, ressalta.A produção dos pós de ligas metálicas, dos superímãs em pequena escala e o estudo de revestimentos que possam protegê-los da corrosão, que integram uma terceira fase da cadeia, comporiam um posterior projeto que está em fase de avaliação.?O que estamos desenvolvendo aqui é know-how, é capacitação para que o Brasil possa produzir esses ímãs. É um passo fundamental na cadeira produtiva e necessário para que, após estudos de viabilidade técnico-econômica, seja possível unir as empresas que produzem e as empresas que consomem os ímãs, na outra ponta da cadeia?, declara.Com aplicações em turbinas eólicas, carros elétricos e motores de alto de desempenho, como os utilizados em eletroeletrônicos, os superímãs são produtos importantes para o fornecimento a indústrias de alto valor agregado. Segundo Ferreira Neto, em um mercado atualmente controlado pela China, que possui mais de 55 milhões de toneladas de reservas em terras-raras e que domina toda a cadeia de produção dos ímãs, o avanço é necessário diante de algumas vantagens de que o Brasil pode se utilizar.?Depois da China, temos a maior reserva de terras-raras do mundo, com 22 milhões de toneladas, e ainda temos uma vantagem produtiva: as terras-raras estão no rejeito da extração do minério de nióbio explorado pela CBMM, de maneira que o custo de extração seria abatido do custo total de produção?, diz o pesquisador. ?Além disso, os países da Europa, os EUA e o Japão, grandes consumidores dos superímãs, procuram alternativas de fornecimento que, por ser exclusivo, os tornam dependentes do mercado chinês?, afirma. As informações são do IPT.Clique aqui e acesse a matéria na íntegra.
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