Bolsas de Toronto atraem empresas brasileiras
10/09/19
O mercado de capitais de Toronto, no Canadá, tem atraído cada vez mais empresas de mineração do Brasil, sobretudo a júniores, de pequeno e médio porte. Atualmente, 34 empresas brasileiras estão listadas nas bolsas de Toronto. Contudo, o potencial é muito maior, como afirmou o sócio da McCarthy Tetrault, Frederico Marques, moderador do painel “Pesquisa Mineral, financiamento para o setor mineral, oportunidades e tendências de mercado”, realizado na tarde do segundo dia do Expo & Congresso Brasileiro de Mineração (EXPOSIBRAM).
Segundo Marques, o Canadá está se transformando em um concentrador de financiamento para empresas de mineração. “É uma tendência, com ótimas perspectivas. Mas o Brasil está atrás, apesar da sua tradição em mineração. A Argentina tem atualmente 46 empresas listadas, o Peru 56, e o México 126, apenas como exemplo.” Já são 391 empresas listadas nas bolsas de Toronto com projetos na América Latina.
Como vantagens, segundo Marques, Toronto apresenta um mercado de capitais consolidado, de longa tradição na mineração e junto à sociedade. Instituições conhecidas investem em bolsa, assim como pessoas físicas. Tal comportamento acaba por criar uma cultura de investimento no país. “É um mercado com uma cultura de capital e com liquidez significativa. E tem um grupo de analistas com profundo conhecimento sobre mineração, América Latina e Brasil”, conta Marques.
Durante o painel, foram apresentadas as duas últimas empresas que decidiram acessar o mercado de capitais canadense: a Sigma, uma empresa júnior produtora de lítio em Minas Gerais, e a Nexa Resources, empresa global de mineração e metalurgia, resultado da fusão da brasileira Votorantim Metais e a peruana Milpo. Ambas as empresas se mostraram satisfeitas com os resultados da inserção no mercado de Toronto.
A ideia dos organizadores do painel é de desmistificar as possibilidades de as empresas de mineração acessarem capital fora do pais. “As pessoas acham que é muito complicado abrir capital, e encaram a questão da cultura e do padrão de governança como impeditivos”, observa Marques. Adianta que existem modelos que devem ser obedecidos. Por outro lado, a empresa estará na vitrine. “Você estará ao lado de outras empresas que atuam na mesma área, você nivela suas informações e vai passar a atrair outro tipo de capital que não conseguiria se fosse privada”, exemplifica o executivo.