Agenda ESG na mineração, os desafios e planejamentos compõem a programação da EXPOSIBRAM 2024
11/09/24
Tema foi amplamente discutido por representantes do setor, os quais reafirmaram o compromisso e a necessidade das boas práticas ambientais, sociais e corporativas advindos da atividade minerária
A Agenda ESG da Mineração do Brasil, desenvolvida com o propósito de demonstrar à sociedade que o setor mineral vem promovendo transformações para se tornar mais seguro, responsável e sustentável, foi o tema central do painel mediado pela diretora de Relações Governamentais e Responsabilidade Social da Kinross, Ana Cunha, e pelo diretor de Assuntos Associativos e Mudança Climática do Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM), Alexandre Valadares Mello, no segundo dia (10/9) da EXPOSIBRAM 2024 – Mineração do Brasil | Expo & Congresso.
Para enriquecer o debate, participaram o sócio e diretor de Mineração e Metais na Falconi, Dennis Alberto de Almeida Glória; o diretor-presidente da Lundin Mining e vice-presidente do Conselho Diretor do IBRAM, Ediney Maia Drummond; o diretor de Assuntos Corporativos e Impacto Sustentável na Anglo American, Ivan Simões; o diretor da AngloGold Ashanti, Othon de Villefort Maia; a diretora do Jurídico ESG e Relações Institucionais da Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM), Renata Willens Longo Ferrari; a diretora de Sustentabilidade na Samarco Mineração S/A, Rosane Gomes Santos; o gerente-geral de Sustentabilidade da Largo Resources, Tiago Mauriz; a gerente de ESG da Nexa Resources, Adriana Valente; e o diretor Global de Serviços Técnicos de Mineração (Geologia, Mina e Processo) da Vale, Bruno Pelli.
Iniciando o painel, Othon Maia abordou a construção teórica da transformação sustentável no mundo dos negócios, que, segundo ele, está ligada à mudança da sociedade e ao papel das organizações nesse contexto. “Independentemente do termo que se dá, essa transformação não volta atrás”, disse.
Rosane Gomes Santos reforçou que aprende continuamente com o passado e que o rompimento da barragem de Fundão, em 2015, jamais será esquecido. “A empresa aprende, ressignifica no dia a dia, ou seja, a reparação é um habilitador do nosso negócio. Utilizamos a reparação como uma alavanca para a retomada de nossas operações”, declarou. Ela também reafirmou o compromisso do diálogo com as pessoas e com a sociedade onde a empresa opera, não apenas para entender as necessidades e vocações, mas também para ressignificar o propósito da empresa.
Bruno Pelli acredita que a mineração do futuro será desejada por todos. “Infelizmente, precisamos reconhecer, com as tragédias que vivemos e muitos outros fatores, que muitas vezes não somos desejados”, lamentou. Ele prosseguiu: “Parte do que será a mineração do futuro é acreditar que ela será hiperconectada, autônoma, minimamente invasiva, buscando reduzir cada vez mais o impacto das áreas de mineração”, relatou.
Ao falar sobre governança,Ivan Simões avaliou que o Legislativo demanda ao setor uma resposta rápida para a sociedade, mas que não há respostas simples para questões complexas. “Precisamos ter calma para que essas mudanças sejam feitas de forma razoável, e que possam garantir a sustentabilidade do setor”, afirmou.
Fazendo um balanço dos cinco anos da Agenda ESG da Mineração do Brasil, o sócio e diretor de Mineração e Metais na Falconi, Dennis Alberto de Almeida Glória, relatou desafios como racionalizar o programa de forma mais consistente: “Quando olhávamos informações de ESG sobre o setor mineral, não víamos muitas coisas em fontes abertas”, revelou. “Nós estabelecemos os indicadores no primeiro ano para oito grupos, e essa agenda avançou muito bem. Em 2023, já temos 26 indicadores. Começamos com 20 empresas coletando informações, e já são mais de 40. Temos uma transparência muito grande. Nós temos gerado um princípio importantíssimo para o ESG, que é a transparência”, completou.
O diretor-presidente da Lundin Mining, Ediney Maia Drummond, ao discorrer sobre saúde e segurança ocupacional, destacou a importância do tema e a necessidade de cuidar e zelar pelas pessoas que trabalham nas empresas de mineração. “Temos um dever, uma obrigação e uma responsabilidade muito grande com a nossa força de trabalho, para garantir que todos possam voltar para casa no final de cada dia e de cada turno, vivos e saudáveis”, ressaltou.
Apontando as práticas para a melhoria da eficiência no uso de fontes naturais, Adriana Valente destacou que o recurso hídrico é indispensável não apenas para o setor, mas também para a sociedade, e que projetos para utilização consciente são fundamentais. “É importante ter a medição de dados confiáveis para termos planejamentos mais efetivos e projetos com eficiência comprovada, além de compreender onde estão os gargalos da nossa indústria”, comentou.
Já Renata Willens Longo Ferrari iniciou sua fala discutindo a necessidade de pensar nas empresas com sua função social e na forma como elas se conectam à sociedade em diferentes frentes. Ela destacou três iniciativas da CBMM, como priorizar fornecedores de Minas Gerais, oferecer capacitação para expandir boas práticas entre esses fornecedores e fomentar microempreendimentos. “Isso gera renda e desenvolvimento sustentável. Vamos dando esse retorno para a sociedade, que sabemos ser nossa responsabilidade, nosso dever”, enfatizou.
Por fim, Tiago Mauriz encerrou o painel afirmando que é necessário falar sobre mineração responsável, fator essencial para a transformação do setor em um motor para o desenvolvimento sustentável, respeitando a vida, a transparência, os direitos das comunidades anfitriãs e o desenvolvimento socioeconômico dos municípios onde a mineração atua. “Eu entendo que as ações do grupo (Largo) estão muito alinhadas ao que entendemos como mineração responsável e transparência, e estão em consonância com os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da ONU”, finalizou.
Patrocinadores
Figuram como patrocinadores do evento: Lantex (diamante), Vale (diamante), Anglo American (platina), Armac (platina), BHP (platina), CODEMGE (platina), Governo de Minas Gerais (platina), Huawei (platina), Casa dos Ventos – Transição Energética (platina), AngloGold Ashanti (ouro), Atlas (ouro), Aumund (ouro), Eletrobrás (ouro), Kinross (ouro), Nexa Inovação (ouro), ArcelorMittal (inovação), Bemisa (prata), Elecmetal (prata), Geosol (prata), Hydro (prata), Mineração Usiminas (prata), Accenture (bronze), Aeolus Tyre Co (bronze), Alcoa (bronze), Ausenco (bronze), Austin Powder (bronze), Avante Tratores (bronze), BVP Geotecnia & Hidrotecnia (bronze), Companhia Brasileira de Alumínio – CBA (bronze), Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração – CBMM (bronze), Companhia Baiana de Pesquisa Mineral – CBPM (bronze), Dinâmica Materiais Hidráulicos (bronze), Energy Fuels (bronze), Hatch (bronze), Irmen/Sany (bronze), Kao (bronze), Kofre (bronze), Mosaic (bronze), MRS – Moisture Reduction Systems (bronze), Mosaic (bronze), Rema Tip Top (bronze), Samarco (bronze), Schneider Eletric (bronze), Sefar (bronze), Sigma Lithium Resources (bronze), TCS – Tata Consultancy Services (bronze), Walm Engenharia (bronze) e WSP (bronze).