09/01/08

Segundo a INB, a definição só deverá sair no fim deste mês, mas o presidente da Adece aposta na mineradoraAinda não é oficial, mas, diante das expectativas do presidente da Agência de Desenvolvimento do Nordeste (Adece), Antônio Balhmann, será a Vale do Rio Doce a empresa encarregada de explorar a mina de Itataia, no município sertanejo de Santa Quitéria. ´Estão [Indústrias Nucleares do Brasil (INB)] finalizando a questão da concorrência, e deverá ser a Vale´, afirmou, ontem, ao viajar a São Paulo a interesses pessoais.De acordo com a INB, a definição, a priori, está agendada para o fim do mês, mas a possibilidade de ser divulgada antes não é descartada. ´Isso garante um sonho antigo, e está num cenário de definição, também irreversível´, comenta Antônio Balhmann.A Vale já havia confirmado ao Diário do Nordeste, com exclusividade, em dezembro último, o interesse em explorar a mina cearense para a produção de fertilizantes. Segundo o presidente da empresa, Roger Agnelli, o Brasil, como um País agrícola, depende da utilização de fosfato e potássio para o a atividade do agronegócio, mas ainda não dispõe desses minerais. Segundo o presidente da Adece, todo o projeto, que teve início em 2007, já deve ser concluído este ano. Para Balhmann, o que motiva os avanços nesta exploração são os altos preços do urânio no mercado. De acordo com o que informa, 100% do ácido fosfórico utilizado nas áreas agrícolas do Brasil são importados, e a extração desse item em solo nacional geraria uma grande economia ao País. ´O projeto agora está em rota de definição´, garante.A INB, que detém o monopólio estatal para a exploração de urânio, selecionou três empresas interessadas na extração e comercialização de fosfato: a Vale, a Bunge Fertilizantes e a Galvani Mineração.Pela previsão da INB, a exploração inicial da jazida de Itataia, que foi descoberta em 1976, será de 120 mil toneladas de fosfato e 800 toneladas de urânio por ano.A empresa, que realizará a exploração em parceria com a INB, deverá investir cerca de US$ 110 milhões, ficando a estatal com investimentos da ordem de US$ 20 milhões na construção de uma unidade de beneficiamento e tratamento de urânio. A exploração de fosfato ficará sob a responsabilidade da iniciativa privada.SiderúrgicaO presidente da Adece lembrou que até sexta-feira próxima deve ser realizado o poligonal da área da Companhia Siderúrgica de Pecém (CSP), definindo os limites de uso da usina. A partir disso, será feita a planialtimetria do terreno (desenho técnico com os principais eventos físicos do terreno) para poder municiar a Procuradoria Geral do Estado (PGE) para fazer a desapropriação da região que, de acordo com decreto publicado em 19 de dezembro do ano passado, foi declarado de utilidade pública.Além disso esse desenho servirá de embasamento técnico para que a empresa possa fazer o layout da fábrica.

Diário do Nordeste – Fortaleza – CE