24/10/06

Caso a operação de US$ 17,5 bi seja concluída, CVRD passará da 4a à 2a posição no ranking mundial do setor
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DANIELE CARVALHO DO JORNAL DO COMMERCIO
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A Companhia Vale do Rio Doce (CVRD) deverá anunciar hoje o resultado de sua oferta de compra pela totalidade das ações da mineradora canadense Inco. Os acionistas da Inco tinham até ontem à meia-noite (hora de Toronto) para aderir ou não à proposta feita pela companhia brasileira, de 86 dólares canadenses por ação em dinheiro. Caso a operação, estimada em cerca de US$ 17,5 bilhões, seja fechada, a CVRD passará da quarta para a segunda posição no ranking global do setor, com valor de mercado de US$ 77 bilhões (atualmente, o valor de mercado dela é de US$ 59,8 bilhões). A primeira colocada é a australiana BHP Billinton, com US$ 135,3 bilhões. Hoje, o segundo lugar pertence à australiana Rio Tinto, com US$ 73,4 bilhões, e o terceiro à Anglo American, cujo valor de mercado é de US$ 65,5 bilhões.
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A Vale já enviou um grupo de 30 representantes para o Canadá e o presidente da empresa, Roger Agnelli, está lá desde a semana passada. Na última sexta-feira, a Inco anunciou o maior resultado já registrado em um trimestre, em seus 104 anos de existência. A companhia obteve lucro líquido de US$ 701 milhões, bem superior aos US$ 64 milhões registrados no mesmo período de 2005. No ano, a canadense acumula lucro líquido de US$ 1,375 bilhão.
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Para concretizar a operação, a Vale assumirá uma linha compromissada de crédito de dois anos com os bancos Credit Suisse, UBS, ABN Amro e Santander. No primeiro ano, a taxa aplicada será de Libor + 0,4% e, no segundo, Libor + 0,6%.
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Na avaliação do presidente do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), Paulo Camilo, a aquisição é de importância estratégica para a Vale do Rio Doce. “O níquel é um mineral com uma ampla utilização. A partir de 2006, por exemplo, alguns estados americanos vão exigir que montadoras iniciem a produção de carros híbridos, que combinam gasolina e energia elétrica. Esta bateria para a geração de energia utiliza níquel. O mineral também é utilizado como material importante na produção de energia nuclear, além de materiais cromados e de aço inoxidável”, explica ele.
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Camilo cita, ainda, a transferência de tecnologia como outro importante valor agregado à negociação. “A Inco é uma empresa centenária. Com grande conhecimento na exploração de níquel. Isto será muito importante para a Vale, que está desenvolvendo dois importantes projetos :Onça Puma e Vermelho”, diz o presidente do Ibram. O executivo cita também a consolidação da Vale em mercados como o americano.

Jornal do Commércio