Usiminas pode investir em minério
24/05/07
A concentração do mercado de minério de ferro nas mãos de poucas empresas tem abocanhado cada vez mais as margens de lucro das siderúrgicas brasileiras. A verticalização dos processos produtivos seria uma das melhores alternativas à dependência do insumo, disse ontem o diretor-presidente da Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais (Usiminas), Rinaldo Campos Soares, durante seminário realizado na Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), em Belo Horizonte.
As indústrias de base estão corroendo o nosso lucro?, ressaltou Soares. De acordo com o executivo, a Usiminas avalia possibilidades em adquirir ativos de mineração em Minas Gerais, para abastecer a sua usina de Ipatinga, no Vale do Aço mineiro. Contudo, a empresa esbarra no gargalo logístico.
É viável economicamente explorar minério de ferro desde que haja nas proximidades modais ferroviários para o escoamento da produção. As minas anexas às ferrovias são quase que completamente controladas pela Companhia Vale do Rio Doce (CVRD).
Há dez anos, o minério de ferro para o laminado a quente (aço semi-acabado) respondia por 8% do custo de produção. Hoje, gira em torno de 10%. Do orçamento de compras da Usiminas, de R$ 1,6 bilhão previsto para este ano, R$ 833 milhões serão despendidos apenas para a aquisição de minério.
Vale, BHP Billiton e Rio Tinto detêm 78% do mercado global do insumo. No país, o percentual de participação da Vale supera 90%.
A hegemonia da mineradora começará a ser diluída somente a partir de 2009, quando entra em operação o sistema Minas-Rio, complexo minerário da MMX e da Anglo American. Rinaldo Soares também considera fundamental a aquisição de ativos de carvão mineral e outros insumos estratégicos para a fabricação do aço.
O Tempo