09/07/07

A Rio Tinto, segunda maior mineradora do mundo, está desenhando planos para furar a oferta hostil de aquisição da produtora canadense de alumínio Alcan pela rival americana Alcoa por US$ 28,6 bilhões, informaram fontes próximas da situação nesta sexta-feira. A Rio Tinto pediu aos bancos de investimento Credit Suisse e Deutsche Bank para ajudá-la a avaliar série de opções, incluindo possível proposta de compra da Alcan. Oferta pela própria Alcoa também é possível, mas menos provável, informaram as fontes. Representantes da Rio Tinto não comentaram o assunto, assim como do Credit Suisse. A Alcan é a terceira maior produtora de alumínio primário do mundo, atrás da Alcoa e da russa Rusal. Aliança Alcoa-Alcan ou Alcan-Rio deve superar a posição da Rusal. Se a Rio Tinto comprar a Alcan, a mineradora terá acesso a dois dos maiores depósitos de bauxita do mundo: a reserva de Weipa, da Rio, e o depósito de Gove, da Alcan. Ambas as minas estão localizadas na Austrália. Bauxita é matéria-prima da alumina, de onde se obtém o alumínio usado em produtos que vão de latas de bebidas a aviões.
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InvestimentoNa última semana, a Rio Tinto anunciou planos de investir US$ 1,8 bilhão na expansão de suas operações de refino de alumina, o que alguns analistas interpretaram como sinal de que a empresa não fará uma oferta pela Alcan. A Alcoa fez oferta pela Alcan em 7 de maio, cerca de seis meses depois do fracasso de negociações para fusão, que duraram dois anos. A proposta de US$ 58,60 em dinheiro mais 0,4108 ação da Alcoa por cada ação da Alcan se encerra em 10 de julho, mas a empresa americana deve prolongar o prazo. BHP Billiton, Norsk Hydro ASA, Companhia Vale do Rio Doce, Rusal, Anglo American e Xstrata são consideradas por analistas como potenciais interessados na Alcan. A Alcan, que surgiu a partir de separação da Alcoa na década de 1920 por causa de preocupações sobre concentração de poder mercado, deve revelar sua própria estratégia nas próximas semanas, indicando se quer continuar independente, encontrar outro interessado em sua compra ou obter acordo amigável com a Alcoa. A Alcan afirmou que a oferta da Alcoa é inadequada e que está buscando alternativas como conversas com outros grupos. A porta-voz da companhia canadense, Anik Michaud, não comentou as informações de que a Rio Tinto contratou os bancos de investimento para avaliar opções, incluindo possível contra-proposta à Alcoa.

Jornal do Commércio – RJ