25/05/07

A indústria indiana Oswal Chemicals and Fertilizers, que estava realizando perfuração para pesquisas com xisto betuminoso no Brasil, suspendeu os investimentos previstos depois de encontrar baixo teor do mineral. A empresa estava há dois meses realizando perfurações na região de Canoinhas, no norte de Santa Catarina.De acordo com José Luís Brandão, assessor da diretoria da Oswal no Brasil, em amostras de 100 quilos foi constatado um volume de xisto de 4,3%, muito abaixo da expectativa do grupo que seria de um teor de 7,3% a 7,8%. Segundo Brandão, o volume encontrado impossibilita os investimentos, uma vez que os custos de extração do mineral serão altos para as receitas esperadas, impedindo uma boa rentabilidade.As perfurações ocorreram em Três Barras, município no qual as pesquisas de campo feitas previamente pela empresa haviam apontado que seria o local de maior concentração de xisto dentre todas as 26 áreas que teve autorização do Departamento Nacional de Pesquisa Mineral (DNPM) para fazer o levantamento. Além de Santa Catarina, elas incluíam o Paraná, regiões que junto com Rio Grande do Sul, São Paulo, Goiás e Mato Grosso do Sul, compreendem a formação Irati, a principal reserva de xisto brasileira. Segundo Brandão, por conta de já ter sido verificado teor baixo no que seria a área mais promissora, a empresa não deverá fazer outras perfurações.O interesse no xisto, contudo, permanece, mas fará pesquisas em outros países, como a Rússia. No Brasil, ela deverá ter um novo foco, o biodiesel, mas ainda não são divulgados os planos.Os investimentos para as pesquisas com xisto no país, incluindo o trabalho de campo anterior às perfurações, somaram US$ 1 milhão. Se houvesse o volume de xisto esperado, a empresa previa investir US$ 1,7 bilhão nos primeiros dois anos de operação em Santa Catarina e chegar a US$ 8 bilhões, incluindo uma refinaria. A Oswal Chemicals and Fertilizers faz parte do grupo Oswal, criado em 1981. No Brasil, foi aberta a empresa Oswal Brasil Refinaria de Petróleo.

Valor Econômico