17/10/07

Caeté e Santa Bárbara receberão investimento da Vale do Rio Doce; produção pode chegar a 24 milhões de toneladas/ano A Companhia Vale do Rio Doce (CVRD) desenha uma mina similar à de Brucutu, a maior do mundo em produção inicial, para os próximos quatro anos. Os municípios de Caeté e Santa Bárbara, na região Central do Estado, deverão ser os escolhidos para receber a mina de Maquiné-Baú, empreendimento orçado em US$ 2,2 bilhões e cuja produção poderá atingir pico de 24 milhões de toneladas de minério de ferro por ano. A nova mina é o maior investimento isolado do grupo, representando cerca de 26%dos US$ 8,6 bilhões que a Vale anunciou para Minas Gerais até 2012. Maquiné-Baú custará à mineradora o dobro de Brucutu, menina dos olhos da Vale, localizada entre os municípios de São Gonçalo do Rio Abaixo e Barão de Cocais, e que completou um ano de operação no último dia 5. “Maquiné-Baú precisará de uma série de investimentos, como infra-estrutura ferroviária, que Brucutu não necessitou”, explicou ontem o diretor do departamento de Ferrosos Sudeste da Vale, Silmar Magalhães Silva, durante entrevista coletiva em Belo Horizonte. Ao todo a Vale investirá US$ 11 bilhões em 2008 – o maior programa anual de investimentos da história da companhia e o maior de uma empresa de mineração no mundo. Nos próximos anos os aportes saltarão para US$ 59 bilhões em todas as áreas de negócios da empresa nos cinco continentes. A equipe da Vale ainda não dimensionou com exatidão a reserva de minério de ferro de Maquiné-Baú. Se o potencial for similar ao de Brucutu, terá ao menos 700 milhões de toneladas de minério debaixo do solo. Em 2008 a empresa investirá US$ 11 milhões em estudos e pesquisas sobre o novo empreendimento, com o início das operações previsto para 2011. O detalhamento dos estudos será encaminhado no próximo ano ao conselho de administração da mineradora. Maquiné-Baú não terá vida útil inferior a 20 anos, garantiu o executivo. Longo prazo Maquiné-Baú é o principal pivô estratégico que a Vale tem para engrossar a produção de minério de ferro. A companhia projeta 450 milhões de toneladas por ano em 2012, dos quais 225 milhões serão lavrados em Minas. Hoje o Estado produz anualmente 200 milhões de toneladas, o que representa dois terços do total produzido pela Vale. Aproximadamente 80% do minério extraído em Minas é exportado. O projeto Itabiritos, com uma planta de concentração em Itabirito (com capacidade para 10 milhões de toneladas/ano) e uma pelotizadora em Nova Lima, garantirá à Vale acréscimo de minério de ferro e pelotas. O empreendimento demandará US$ 973 milhões, dos quais US$ 341 milhões serão aplicados no próximo exercício. O início das operações está previsto para o segundo semestre do próximo ano. Hoje, mais de dez mil pessoas trabalham a toque de caixa para cumprir o cronograma do projeto, frisou Magalhães. Itabiritos vai gerar 600 empregos em sua fase de operação. A mina de Fazendão, situada em Catas Altas, também tem recebido os ajustes finais de sua expansão. A produção anual saltará de 1 milhão de toneladas para 16 milhões de toneladas a partir do primeiro trimestre do ano que vem. Para isso serão investidos US$ 129 milhões. Operações no Brasil terão 73% do investimento de 2008 As operações da Companhia Vale do Rio Doce (CVRD) no Brasil irão abocanhar 73% (US$ 8 bilhões) dos aportes anunciados para o próximo ano. Ao todo, os investimentos contemplarão mais de 30 projetos localizados também no Peru, Chile, Canadá, Austrália, Indonésia, Nova Caledônia, Moçambique e Omã. Dos US$ 11 bilhões anunciados para 2008, US$ 8,436 bilhões serão injetados em crescimento orgânico. A área de níquel receberá US$ 1,019 bilhão e outros US$ 3,618 bilhões serão aplicados no segmento de não-ferrosos. A área de ferrosos receberá US$ 3,251 bilhões em 2008. A logística da Vale terá US$ 1,870 bilhão, dos quais US$ 1,152 bilhão para a sustentação da expansão da capacidade de produção do minério de ferro e US$ 755 milhões para o alumínio. A parte de energia elétrica ficará com US$ 470 milhões e outros US$ 390 milhões serão investidos no segmento de carvão mineral. Os principais projetos em termos financeiros para 2008 são Carajás (US$ 1,165 bilhão), Goro (US$ 723 milhões) e Onça Puma (US$ 581 milhões). (FD)

O Tempo