17/09/07

Setor lidera exportações do país O setor de mineração – que representa cerca de 36% da balança comercial brasileira – terá investimentos de US$ 28 bilhões entre 2007 e 2011. A afirmação é do presidente do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram) e vice-presidente do Sindicato Nacional da Indústria da Extração do Ferro e Metais Básicos (Sinferbase), Paulo Camillo Vargas Penna. Deste montante o segmento de minério de ferro deve receber a maior fatia dos aportes – US$ 9,6 bilhões, o que deverá incrementar a produção em 176,9 milhões de toneladas, uma ampliação de 55,8% na comparação com a produção de 2006, quando foram alcançadas 317 milhões de toneladas. Em seguida está o níquel, com inversões de US$ 7,6 bilhões e expansão de 204 mil toneladas (248,7%), contra 82 mil toneladas no ano passado. A produção de alumina receberá US$ 4,1 bilhões, o que representa uma ampliação de 7,6 milhões de tonelada (113%), quando a produção havia chegado às 6,7 milhões de toneladas em 2006. O cobre, com o montante de US$ 1,1 bilhão, deve ter ampliação de 228 mil toneladas (154%), enquanto a produção de todo o ano passado foi 148 mil toneladas. O ouro, com inversões de US$ 989 milhões, deverá ter incremento de 37 mil toneladas (86%), que havia alcançado 43 mil toneladas em 2006. Com investimentos de US$ 878 milhões, a bauxita deverá ter crescimento de 68% na produção ou 15,5 milhões de toneladas. Em 2006 foram produzidas 22,8 milhões de toneladas de bauxita. Para fosfato, foram destinados US$ 595 milhões, o que representa uma expansão de 84,5% (4,8 milhões de toneladas), enquanto toda produção do ano passado foi de 5,6 milhões de toneladas. Para o alumínio a destinação de recursos será US$ 300 milhões, uma ampliação de 4,36% ou 228 mil toneladas, produção que havia alcançado 1,6 milhão de toneladas. O zinco deverá ser beneficiado com US$ 281 milhões, um crescimento de 70 mil toneladas, frente às 185 mil toneladas produzidas no exercício anterior. O nióbio, com inversões de US$ 100 milhões, terá a produção ampliada em 14% (10 mil toneladas), na comparação com as 71 mil toneladas produzidas em 2006. Apesar de todos os investimentos programados, Camilo Penna ressaltou os problemas que o setor tem encontrado, como a flexibilização da legislação para a exploração de outros minerais, como urânio; a possibilidade de utilizar o direito minerário como garantia para contratação de linhas de financiamento; e ausência de discussão preliminar na transformação de parques e reservas ambientais, a fim de definir a verdadeira vocação da área em questão. Além desses, ele também apontou os entraves relacionados às dificuldades para obtenção de licenciamento ambiental, falta de marcos regulatórios e a exigência de pagamentos em duplicidade de medidas compensatórias. Infra-estrutura – Outro ponto destacado por Penna foram os entraves de infra-estrutura como transporte, logística e energia elétrica. “Se não tivermos investimentos e soluções, teremos comprometimento da produção do setor e também da verticalização da nossa cadeia produtiva. O que acontece é termos grandes empresas tendo que fazer investimentos próprios em fontes de energia alternativa e em meios próprios de escoamento. Dessa forma, as empresas de mineração deixam de investir focadas no seu negócio”, avaliou. Para discutir essas e outras temáticas do segmento de mineração o Ibram realizará em Belo Horizonte, a 12ª edição do Congresso Brasileiro de Mineração e a Exposição Internacional de Mineração (Exposibram) 2007. Os eventos bianuais são os mais importantes do setor na América do Sul e vão acontecer no Expominas, entre os próximos dias 24 e 27.

Diário do Comércio