03/05/22

Painel da terceira edição do e-MINERAÇÃO debate mercado de produção de fertilizantes brasileiro

Devido a fatores internacionais, a oferta global de fertilizantes vem sendo impactada desde o último trimestre de 2021. A dependência desse insumo estrangeiro, tão importante para a agricultura brasileira, o fomento da produção brasileira, situação e perspectivas de mercado e regulamentação foram temas amplamente debatidos durante a 3ª edição do e-MINERAÇÃO DO BRASIL 2022. O evento é organizado pelo Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM), no ambiente virtual, nos dias 3 e 4 de maio.

Moderando o debate, Lilia Mascarenhas Sant’Agostino secretária adjunta da Secretaria de Geologia, Mineração e Transformação Mineral do Ministério de Minas e Energia (MME), trouxe alguns dos principais desafios do mercado de fertilizantes. “O principal é diminuir a dependência estrangeira desse insumo. Se pensarmos na produção de matéria-prima nacional, esse cenário é de longo prazo. Além disso, precisamos trabalhar na melhor utilização dos fertilizantes. Existem ações governamentais e dos próprios fornecedores que servem para otimizar o uso desse insumo. Também precisamos melhorar a utilização dos nossos recursos minerais. Sabemos que existem etapas na cadeia produtiva que podem e devem ser objeto de trabalho para maior e melhor aproveitamento desse recurso mineral. Afinal, ele é finito”, explicou.

Segundo Bruno Lucchi, diretor-técnico da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), cerca de 90% do que é utilizado no Brasil é importado.  “Infelizmente, mesmo com um mercado enorme já consolidado no cenário mundial da mineração e com potencial de crescimento, o Brasil não conseguiu produzir um ambiente de negócio favorável para a instalação da indústria de fertilizantes no país”, analisou.

Bruno Lucchi, diretor-técnico da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA)

O diretor-técnico da CNA explica que o Brasil não possui uma política bem delineada sobre o tema, mas é necessário que ela seja elaborada. “Para obtermos resultados importantes na produção nacional é necessária uma estrutura tributária favorável, melhorar a previsibilidade do calendário do licenciamento ambiental, fortalecer a capacidade de orçamento e trabalho do Serviço Geológico do Brasil, melhorar a infraestrutura para o gás natural, entre outras”.

Para Bernardo Silva, diretor executivo do Sindicato Nacional das Indústrias de Matérias-Primas para Fertilizantes (Sinprifert), é impossível falar de aumento de produção nacional sem endereçar os problemas estruturais que impedem esses projetos sejam viáveis e rentáveis e possam contribuir para a soberania nacional, segurança alimentar do país e a produtividade do agro. “A gente elenca, além das questões econômicas e tributárias que estão inseridas no Custo Brasil, a questão de acesso e custo de insumos para produção de fertilizantes, como a energia elétrica para uso industrial, ainda muito cara. Precisamos também aumentar o acesso e a competitividade do gás natural como matéria-prima para os fertilizantes, o preço do gás natural é três vezes a mais do que o ideal para se instalar uma planta de nitrogenado no país”, afirmou.

Bernardo Silva, diretor executivo do Sinprifert

Segundo Antônio Meirelles, diretor de Relações Governamentais & Sustentabilidade da Mosaic Fertilizantes, o ambiente tributário isonômico entre o fertilizante importado e o nacional é um aspecto que afeta muito o apetite do setor para investir no Brasil. É preciso, disse, aumentar a competitividade das oportunidades de investimentos no Brasil. Ele ainda lembrou da importância do país em expandir cada vez mais o conhecimento sobre seu subsolo para que se entenda cada vez melhor o que existe de oferta de minerais.

Todos os participantes do painel acreditam que o Plano Nacional de Fertilizantes, lançado em março de 2022 pelo governo federal, é um dos principais mecanismos para reverter esse quadro atual. O projeto estabelece uma série de diretrizes a serem seguidas até 2050 para o Brasil reduzir a dependência atual do mercado internacional, além de incentivos a novas tecnologias de nutrição agrícola e aprimoramento na infraestrutura e logística nacional.

Antônio Meirelles, diretor de Relações Governamentais & Sustentabilidade da Mosaic Fertilizantes

Sobre o e-MINERAÇÃO do Brasil 2022

O e-MINERAÇÃO DO BRASIL 2022 terá programação de lives neste dia 3 de maio, com acesso gratuito, mediante inscrição. Clique aqui para acessar a programação. Em paralelo, o evento sediará 257 reuniões de rodadas de negócios individuais, entre 17 mineradoras e fornecedores – 402 deles se inscreveram previamente para negociar diretamente com as mineradoras.

O evento conta com o patrocínio da Anglo American, da Dassault Systèmes e da Mosaic Fertilizantes. Figuram como apoiadores editoriais as revistas Eae Máquinas, In The Mine, Mineração & Sustentabilidade, e o site Notícias de Mineração Brasil.

Serviço:

e-MINERAÇÃO DO BRASIL 2022
Data: 3 e 4 de maio
Local: Evento 100% online
Mais informações e inscrições em https://ibram.org.br/evento/e-mineracao/