Novos empreendimentos poderão ser abertos
30/06/08
Ao final do projeto, previsto para março de 2009, Campos e a equipe esperam chegar a uma alternativa sustentável para o uso da água em Caldas Novas, o que deverá se estender aos municípios vizinhos. Com a elevação dos mananciais e sua exploração racional e sustentável, novos empreendedores poderiam abrir seus negócios e, assim, garantir a expansão da economia local, centrada nas águas termais, um presente que a natureza deixou no centro do Brasil.Dois aqüíferos abastecem Caldas Novas. Um deles é o Araxá, localizado nas regiões mais superficiais do solo, e o Paranoá, situado abaixo do primeiro. A maioria dos empreendimentos turísticos da cidade retira água do Araxá, situado sob o centro urbano, cuja vazão total de bombeamento atual é de 500 litros por segundo.O Aqüífero Paranoá, por sua vez, abastece a região do Rio Quente, onde está localizado um resort, distante 28 km da cidade de caldas Novas. É o mais tradicional e luxuoso dos hotéis locais. Lá, a água é ainda mais quente, e a vazão chega a 1.000 litros por segundo.Dois fatoresSegundo José Elói Guimarães Campos, a redução da vazão dos mananciais subterrâneos é fruto de dois fatores: bombeamento demasiado (retirada de um volume de água superior à vazão do aqüífero) e impermeabilização do solo (o que impede que a água da chuva reabasteça os aqüíferos). Em Caldas Novas ocorrem os dois fatores.A partir da década de 80 o turismo cresceu vertiginosamente, aumentando a demanda pelos recursos termais. Além disso, a construção de prédios e outras estruturas urbanas reduziu as áreas verdes disponíveis, por onde a água infiltra mais facilmente no solo, retornando aos lençóis freáticos. Hoje, a cidade tem mais de 62 mil habitantes, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e 85 hotéis.Monitoramento mensalO Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) passou a monitorar mensalmente a quantidade de água (cotas altimétricas) do aqüífero Araxá em 1979, e do Paranoá, em 1996. O nível mais baixo atingido pelo Araxá foi de 617,91 metros em janeiro de 1996. Em outubro de 2007, o volume era de 644,70 metros. Já o Paranoá tem se mantido estável, na faixa dos 672,00 a 675,00 metros.
Jornal do Brasil