Mudanças climáticas e transição energética são temas do CBMINA
28/08/25

Os conceitos fundamentais relacionados às mudanças climáticas e seus impactos sobre variáveis atmosféricas em diferentes cenários futuros, com destaque para os reflexos nas operações e na sustentabilidade da mineração, foram discutidos no painel “Resiliência climática e transição energética na mineração: do desafio à oportunidade”, realizado nesta quarta-feira (27) no 12º Congresso Brasileiro de Mina a Céu Aberto e Mina Subterrânea (CBMINA), em Ouro Preto (MG).
Participaram do painel o especialista Sênior em Gestão de Energia da AngloGold Ashanti, Matheus Chaves Faria Carvalho; o engenheiro na Nexa Resources, Kauê Novaes; o gerente Técnico de Manutenção Elétrica na MRN, Ney Portilho Demétrio; a pesquisadora do Grupo de Inteligência Ambiental do Instituto Tecnológico Vale, Renata Gonçalves Tedeschi; o sócio-diretor da Eos Estratégia & Sustentabilidade Consultoria, Renzo Solari; e o gerente Regulatório de Energia, Oléo e Gás da Vale, Walmir Souza.
Renata Gonçalves Tedeschi destacou o papel humano nas mudanças climáticas e o como será o futuro segundo o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC). “O aquecimento global atual é muito explicado pelo fator humano e principalmente pela emissão de gases de efeito estufa”. Ela ainda ressalta que “com as mudanças climáticas, eventos como a enchente no Rio Grande do Sul em maio de 2025 vão acontecer com mais frequência. Então, se ele levou 80 anos para acontecer, porque tinha acontecido um em 1940, agora vai passar a acontecer de 40, 20 anos, se nada for feito”, analisou.
Matheus Chaves Faria Carvalho destacou que a questão climática é o principal desafio da humanidade neste século e a mineração está apontando como uma das soluções para essa questão. “A maioria das empresas de mineração assumiu compromissos conforme o ‘Acordo de Paris’ que tenta limitar o aquecimento para bem abaixo de 2 graus”.
Ney Portilho Demétrio, da MRN, apresentou o Projeto Linha de Transmissão, de energia proveniente de hidroelétrica para substituição da energia gerada pela empresa por termoelétrica. A autogestão da empresa atende à produção da empresa e à cidade industrial composta por 1000 residências. “Esse projeto é desenvolvido ao longo dos anos pela empresa para reduzir os impactos ambientais do modelo atual de operação e os custos operacionais de produção (…) O nosso compromisso é exatamente atender às questões legais, colaborar com a questão climática, principalmente cumprir todos os acordos que temos, até mesmo com o próprio IBRAM, e contribuir com o meio ambiente”, avaliou.
Já Kauê Novaes apresentou as estratégias de ESG adotadas pela Nexa Resources e as metas de redução de emissão até 2030. Ele explicou que “a participação de fontes renováveis na nossa matriz energética vem crescendo ano a ano. Hoje a nossa matriz energética é composta por 98,6% de energia elétrica, por exemplo”.
Na avaliação do Walmir Souza, um dos desafios para falar em transição energética também é necessário falar no fortalecimento das Agências Regulatórias. Assim, é possível destravar os investimentos que precisam ser feitos nessas áreas. Ele também afirma que sem a mineração, não há uma transição energética. “A mineração deixa de ser uma atividade extrativa e passa a ser um setor estratégico para descarbonização.
Renzo Solari apresentou a Curva de Custo Marginal de Abatimento de Carbono (em inglês, Marginal Abatement Cost Curve, ou MACC), uma ferramenta analítica que mostra, de maneira gráfica, o custo econômico e potencial de redução de emissões de diferentes medidas ou tecnologias para mitigar gases de efeito estufa. “O projeto é uma parceria com o IBRAM e o Mining Hub com o objetivo de ajudar governos, empresas e organizações a identificar as opções mais eficientes para reduzir emissões com o menor custo possível”.
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12º CBMINA: realização e patrocinadores
O 12º CBMINA é organizado pelo Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM), em parceria com a Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) e o Departamento de Engenharia de Minas da UFMG (DEMIN-UFMG). O evento conta com o patrocínio diamante da Samarco e patrocínio bronze da AngloGold Ashanti, Atlantic Nickel, GEOSEDNA, AVA, Enaex Brasil, Lundin Mining e Rocscience. O apoio institucional é da Associação Paraense de Engenheiros de Minas (Assopem), Mining Hub e Women in Mining Brasil (WIM Brasil).
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13/11/25