Gabão quer rever acordo com China sobre mina e pode chamar Vale
13/04/10
O Gabão está disposto a rever um contrato que assinou com uma firma chinesa em 2006 para o desenvolvimento do projeto de extração de minério de ferro de Belinga, no país centro-africano, disse um funcionário do governo na noite de segunda-feira.
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O anúncio foi feito pouco depois de uma delegação da mineradora brasileira Vale reunir-se com o presidente do Gabão, Ali Bongo, que fez da expansão das minas de seu país uma das bases da política econômica, desde que tomou o lugar de seu falecido pai, no ano passado.
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A China National Machinery and Equipment Import and Export Company (CMEC) passou à frente da Vale em 2006, assinando com o Gabão um acordo pelo qual se comprometia a construir uma mina, mas as obras ainda não foram além dos estudos de viabilidade, e o projeto vem sendo fortemente criticado por grupos ambientalistas.
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O Gabão, para cujo governo a diversificação da economia do país, dependente do petróleo, é uma das prioridades principais, está ansioso para que o projeto de Belinga se concretize, e uma revisão do contrato fechado com a CMEC pode abrir as portas à Vale.
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“Uma carta oficial foi enviado à parte chinesa para convidá-la a voltar à mesa de negociações”, disse um funcionário do governo do Gabão que trabalha sobre a questão de Belinga. “É questão de rever o acordo assinado com a parte chinesa”, disse ele, exigindo anonimato para falar.
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O funcionário disse à Reuters que o Gabão pode convidar outras partes além da CMEC a participar em Belinga, especialmente “os brasileiros, que possuem know-how comprovado.”
A Vale é a maior produtora mundial de minério de ferro bruto usado na produção de aço. Os preços do minério de ferro para entrega imediata dobraram no mercado desde setembro do ano passado.
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“O Gabão possui reservas minerais de boa qualidade e bom volume, como o projeto de Belinga, e a demanda global crescente exige o lançamento de novos projetos”, disse o diretor de Pesquisas Minerais da Vale, Eduardo Ledsham, durante sua visita.
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O presidente Bongo expressou sua satisfação com o fato de que a Vale, que já é ativa no setor de manganês do Gabão, “desejar contribuir para o progresso do Gabão”, disse o funcionário do governo.
Reuters