Empresas usam Lean, E-house e Sorting para reduzir custos
26/05/15
Mineradoras e companhias que atendem ao setor de mineração debateram e compartilharam diferentes cases de inovação e tecnologia em busca de custos mais baixos e melhor desempenho operacional. Executivos de AngloGold Ashanti, Atlas Copco, Samarco Mineração, Sandvik Mining, ABB e Oryx Simulations participaram de seminário em Belo Horizonte (MG), na última sexta-feira (22).
A palestra de abertura foi ministrada por Denilson Rodrigues de Araújo, gerente-geral de Tecnologia e Ecoeficiência da Samarco, que é uma joint venture entre Vale e BHP Billiton. O executivo comentou os investimentos da mineradora em tecnologia para manter o produto com alta qualidade, tendo em vista que as pelotas produzidas pela empresa possuem 66% Fe. Segundo Araújo, a Samarco tem como principais desafios os teores mais baixos, as minas mais profundas e os minérios cada vez mais complexos.?Estamos cada vez mais investindo em tecnologias alternativas e inovação nos concentradores para manter qualidade e recuperação do nosso produto e aumentando produtividade dos fornos. Desde 2010, temos Lean Six Sigma, um programa para reduzir custos e aumentar a eficiência?, disse Araújo.O gerente também afirmou que a Samarco realiza estudos tecnológicos em suas plantas para avaliar alternativas, como um moinho SAG, do tipo autógeno, em vez de sistema normal de britagem e moinhos verticais como opção ao moinho de bolas, entre outros.Rafael Aires Zenha, vice-presidente de Vendas da Sandvik Mining, disse que a empresa faz um investimento em pesquisa e desenvolvimento anual de aproximadamente R$ 1 bilhão de reais. Segundo ele, a mineração é o maior negócio do grupo sueco em termos de faturamento.?Nós estamos com um programa de reciclagem de bits, que foi implantado no Brasil no ano passado. A ideia é usar na planta de Vespasiano e depois transportar para a Índia?, disse Zenha. O executivo contou que a Sandvik vai ser responsável pelas correias transportadoras, máquinas de pátio e plantas de britagem para o projeto de minério de ferro S11D, da Vale, que deve entrar em operação no ano que vem.O gerente-geral da AngloGold Ashanti, José Roberto Vago, disse que a empresa está investindo pesado em tecnologia e inovação para enfrentar os desafios operacionais, como custos altos e produtividade. Segundo o executivo, a empresa tem desembolsado capital em tecnologias autônomas, geometalurgia e até mesmo feito uso de drones para inspeções.?Estamos estudando possibilidades de sistemas de controle de moagem autônomos, controle da flotação por imagem de espuma, o planejamento de centro de controle operacional de subsolo, entre outras coisas. Temos também a fase piloto da operação de ore sorting, que é o processo de como escolher o minério. Um sistema de raio x ou laser que identifica o que é minério e o que é estéril por diferença de densidade ou de cores. Os materiais são separados na correia pelo sistema de válvulas pneumáticas?, disse Vago.Segundo ele, 53% do ouro produzido pela AngloGold tem como destino joalherias, 34% vão para ativos financeiros, como moedas e barras de ouro, 7% para eletrônicos e o restante aplicado em outras funções.Edvaldo Alves dos Santos Júnior, gerente de Desenvolvimento de Negócios da Atlas Copco para área de Mineração e Escavação de Rochas, comentou sobre as aplicações de inovação e automação na empresa. Segundo ele, a empresa investe visando maior segurança, custos operacionais mais baixos, menos operadores nas frentes de produção e mais equipamentos.
?A mineração representa 27% da receita da Atlas Copco e dois terços do faturamento. Nós investimos muito em inovação e automação para atender à demanda de nossos clientes. Por exemplo, substituir uma carregadeira a diesel por uma elétrica é o equivalente ao consumo de 140 carros. Perfuratrizes inteligentes diminuem custos com combustível em 50%?, afirmou Júnior.A ABB participou do evento por meio de Fausto Almeida, gerente-geral da empresa. Ele falou sobre as E-house produzidas pela empresa, que são subestações modularizadas transportáveis. O produto é produzido com estrutura metálica e é montado dentro da fábrica. Os tamanhos variam de acordo com a necessidade da empresa, sendo que o maior E-house da ABB, até o momento, tem 500 metros quadrados.?É um produto que fornece flexibilidade, integrando todos os sistemas auxiliares elétricos e autônomos e os conectam. Pode ter qualquer tamanho. A subestação, fabricada em Sorocaba [SP], chega pronta para o cliente em módulos e são montadas sobre pilotis. A ABB é responsável pelo design e pela engenharia?, disse Almeida.A Oryx Simulations fechou o painel de apresentações, mostrando diferentes simuladores avançados de treinamento desenvolvidos para Oderbrecht, Volvo, Terex, Tracbel, Atlas Copco, que é a principal cliente, entre outros. Os produtos são fabricados de forma personalizada para atender à demanda específica de cada empresa, conforme afirmou Fábio Pankowski, gerente de vendas para América Latina da Oryx.Durante a feira internacional M&T Expo, realizada de 9 a 12 de junho em São Paulo (SP), a empresa vai apresentar simuladores da Volvo e da Terex, permitindo que os interessados possam fazer um teste no produto.O evento teve a proposta de discutir a experiência do Brasil e da Suécia com inovação em mineração, por isso contou com a presença de algumas empresas de origem sueca. A comitiva do país europeu foi liderada pelo ministro da Indústria, Comércio e Inovação, Mikael Damberg. O painel com as palestras técnicas teve como mediador Marcelo Ribeiro Tune, Diretor do Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM).Clique aqui e acesse a matéria na íntegra.
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