Consultor internacional alerta para risco de escassez de minérios na próxima década
17/09/19
Entrevista com Roger Emslie, Director Metals and Mining Consulting da Wood Mackenzie, escritório de Nova York, em passagem pela EXPOSIBRAM 2019.
A Wood Mackenzie, também conhecida como WoodMac, é um grupo global de pesquisa e consultoria em energia, produtos químicos, renováveis, metais e mineração com reputação internacional por fornecer dados abrangentes, análises escritas e consultorias.
Portal da Mineração: Qual tipo de negócio e empreendimento você busca no Brasil nos campos da pesquisa e da consultoria?
Roger Emslie: Nossa empresa é especialista em pesquisa e consultoria em escala global, temos escritórios em vários países, inclusive no Rio de Janeiro, apesar de ser minha primeira vez no Brasil. Atendemos a grupos, empresas do segmento financeiro, governos e, neste país, atuamos com as principais companhias de mineração e petróleo.
Portal da Mineração: Qual a sua opinião a respeito da indústria mineral no Brasil e as perspectivas no setor?
Roger Emslie: Como trabalhamos no mercado globalmente, falarei numa perspectiva também global. Num futuro próximo, aliás, já na próxima década, começaremos a vivenciar a escassez de suprimentos, de matéria-prima, sobretudo, na área mineral, como os minerais-chave: níquel, cobre e cobalto. Portanto, precisamos buscar novas minas e o investimento nesta área é muito alto, cerca de 300 bilhões de dólares para suprir esta demanda. E confesso que não estou vendo ninguém fazer investimentos desse porte neste momento. No caso do Brasil, vejo no níquel uma boa oportunidade de negócio..
Portal da Mineração: No Brasil, a indústria no setor, trabalha, em sua maior parte, com minério de ferro. Como o país poderá aproveitar as oportunidades que surgem nestes outros minerais? Qual tipo de investimento será melhor?
Roger Emslie: Eu acredito que o grande potencial brasileiro pode também ser o processamento de níquel. Aqui quem já trabalha bem com esse recurso é a Anglo American, possui técnica para isso. O Brasil tem toda capacidade para uma boa produção de alumínio, mas o que também penso é que será necessário investimento e energia suficientes para isso.